Conhecida por ‘pirâmides naturais’, apenas 32 pessoas deixam Alcinópolis em 12 anos
IBGE aponta que 557 novas casas foram construídas na pequena cidade sul-mato-grossense
Karina Campos –
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Mesmo pequena, é difícil encontrar alguém que não fale com carinho de Alcinópolis, uma das cidades “caçulas” de Mato Grosso do Sul. Os dados populacionais divulgados pelo IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística) mostram que em 12 anos apenas 32 pessoas deixaram de morar no município de 31 anos.
Na proporção de poucas pessoas deixando a cidade, não houve crescimento populacional nos últimos anos. O balanço indica que moravam 4.569 pessoas na região em 2010, o número cai para 4.537 em 2020, uma redução de 0,70%.
Apesar de pouco significativa a queda de moradores, houve expansão territorial, já que o número de casas é consideravelmente maior em uma década, crescendo de 2.055 para 2.632 domicílios recenseados pelo IBGE, o que representa índice positivo de 28,08%.
Destes, 2.618 são imóveis particulares permanentes, aqueles em que o Censo classifica como exclusivo para habitação; há apenas um improvisado, domicílio que não tem característica para habitação, mas está sendo utilizado como, por exemplo, um bar ou abrigo embaixo de viadutos; e 13 coletivos, domicílio de uso compartilhado, como asilos, pensões e repúblicas.
Dos imóveis visitados, 1.770, equivalente a 67,6%, estão ocupados; outros 525, cerca de 20,1%, são utilizados em uso ocasional, aquele imóvel que tem serventia ocasionalmente, por exemplo, para férias ou lazer de fim de semana; e 323 estão vagos, ou seja, 12,3% não estão com morador residindo.
A pesquisa mostra que a média de moradores em um endereço é de 2,55. Cerca de 95,59% das residências foram recenseadas com entrevista e 4,41% sem entrevista. Nos imóveis coletivos, apenas oito foram sem entrevista e cinco com. A densidade demográfica indica que há 1,03 habitantes por km².
Prefeitura contesta
Segundo o prefeito Dalmy Crisóstomo, o município deve contestar os dados inicias, pois pontua crescimento no número de eleitores, ligações de saneamento e residências entregues desde 2021.
“Só na minha gestão foram entregues 100 casas novas, mais de mil ligações de água e rede de esgoto, pedido de cartão do SUS (Sistema Único de Saúde), de alunos novos também. No próximo dia 13 [de julho] estarei em Brasília e irei pedir a revisão de dados, comparando um levantamento municipal dos últimos anos e último Censo. Não é porque é minha cidade, mas Alcinópolis é um ótimo lugar para viver. Temos 90% da cidade com pavimentação asfáltica e quase chegam a 100% em esgotamento sanitário”.
Cidade acolhedora
Nayara Oliveira, de 22 anos, cresceu na cidade e abriu o próprio negócio, um espaço de estética. A empresária defende a pacata região como tranquila, sem violência, acolhedora e familiar.
“Com 15 anos já trabalhava em casa e a domicílio. Trabalhei em quatro salões até ter o meu próprio. Indicaria Alcinópolis como um lugar para morar. Apesar de ser uma cidade pequena se consegue uma renda boa e é um ótimo lugar para se viver com a família”.
Exatamente por ser pequena, há aquela sensação de cidade interiorana em que todo mundo se conhece. “Conheço todos os meus vizinhos, alguns são novos, mas chegaram aqui há bastante tempo e também têm a mesma opinião sobre a cidade”, comenta.
Mas quem não é alcinopolense escolheu a cidade como sua, como a Hélia Menezes, 37 anos, que se mudou de Figueirão, vizinho, há 26 anos e hoje tem a loja Avenida Variedades. Ela se mudou ainda criança, pois os pais acreditaram no potencial de uma cidade recém-criada.
“Deu muito certo, somos em três filhos e todos são empreendedores. Não é muito fácil [empreender], mas tem sua qualidade de ser pequena, por exemplo, conhecemos todos os nossos clientes e [tem fluxo] de clientes de cidades vizinhas, temos oportunidade de conversar com cada um deles”.
Embora diversas famílias tradicionais, a moradora diz que a tranquilidade e custo de vida são atrativos para quem deseja se mudar para ali, entretanto, falta oportunidade de estudos de cursos de nível superior. “Jovens precisam se mudar. Acredito que, hoje, os jovens que saíram para estudar estão retornando, principalmente os que adquiriram família, mas a maior parte da população é meia-idade”.
Você sabia?
Os 4.395 km² abrigam um tesouro natural e arqueológico. A cidade tem monumentos conhecidos como Templo dos Pilares, pirâmides feitas pela formação do tempo. O município possui diversos sítios arqueológicos e inscrições rupestres, o que rendeu o título de Capital Estadual da Arte Rupestre. Acredita-se que as gravuras, pinturas em paredes, teto e pilares tenham mais de 10 mil anos.
O município faz parte da microrregião geográfica do Alto Taquari, divisa com o Alto Araguaia, em Mato Grosso, Taquari, Costa Rica, Coxim e Pedro Gomes, distante a 384 quilômetros de Campo Grande. As principais rodovias de acesso são: BR-163, BR-359, MS-217 e MS-135.
A história começou em 1965, quando o fazendeiro Adolfo Alves Carneiro, da Fazenda Bananal, contratou da cidade de Mineiros, em Goiás, a professora Romilda Costa Carneiro para dar aula aos filhos e filhos de empregados, diante da dificuldade de escolas rurais da época.
Romilda se casou com o filho mais velho de Adolfo, Alcino Fernandes Carneiro. Em 1970, o casal seguiu para Coxim na busca de apoio para construção da primeira escola. O impulso para elevar a educação motivou fazendeiros a buscar a emancipação de Alcinópolis de Coxim, fundada em 24 de abril de 1992.
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