Com 2,5 mil recenseados, MS é o 4º Estado com menor quantidade de quilombolas do país
Em contrapartida, Mato Grosso do Sul contém um dos maiores percentuais de quilombolas residentes em territórios delimitados
Nathália Rabelo –
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O IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística) começa a divulgar os primeiros resultados do Censo Demográfico 2022 para a população quilombola nesta quinta-feira (27). Conforme pesquisa, 21 municípios de Mato Grosso do Sul contam com populações provenientes de quilombos, o que resulta num quantitativo de 2,5 mil quilombolas. Assim, MS é a 4ª Unidade Federativa com menor quantidade de quilombolas do país, ficando atrás do Amazonas e superando o Distrito Federal. Em contrapartida, Mato Grosso do Sul ocupa o 3º lugar dos maiores percentuais de quilombolas residentes em territórios delimitados.
Conforme informações do IBGE, as pessoas pertencentes às comunidades tradicionais já eram contadas nos Censos junto com a população em geral. No entanto, essa é a primeira vez que um levantamento censitário brasileiro identifica os quilombolas enquanto grupo ético. Nesse quesito, Mato Grosso do Sul tem o quarto menor número de pessoas quilombolas entre as unidades federativas.
Isso porque a população quilombola residente é de 2.546 pessoas em MS, o que corresponde a 0,19% da população quilombola recenseada no país. Na comparação com os demais estados e o Distrito Federal, Mato Grosso do Sul tem o quarto menor número de pessoas quilombolas.
Das 2.756.700 pessoas recenseadas em MS, o número de quilombolas corresponde a 0,09% do total de moradores do Estado, oitavo menor percentual entre as Unidades da Federação (UFs). Por localização de domicílio, 1.145 pessoas quilombolas residem em territórios quilombolas e 1.401 estão localizados fora desses territórios.
O total de pessoas quilombolas no Brasil é de 1.327.802. No ranking do maior quantitativo de população quilombola, destaca-se a Bahia com 397.059 pessoas, o que corresponde a 29,90% da população quilombola recenseada.
O Maranhão possui o segundo maior número, concentrando 269.074 pessoas quilombolas, o que corresponde a 20,26% dessa população. Somando o quantitativo da Bahia e do Maranhão, tem-se 50,17% da população quilombola concentrada nesses dois estados. Por outro lado, destaca-se a ausência de população quilombola no Acre e em Roraima.
A Grande Região que concentra a maior quantidade de pessoas quilombolas é a Região Nordeste, com 905.415 quilombolas, correspondendo a 68,19% da população quilombola, seguida da Região Sudeste com 182 305 pessoas e a Região Norte com 166.069 pessoas, ambas contabilizando 26,24% da população quilombola. Responsáveis por 5,57% da população quilombola, as Regiões Centro-Oeste e Sul têm 44.957 e 29.056 pessoas, respectivamente.
No cenário sul-mato-grossense, os 2.546 recenseados estão espalhados em 21 cidades do Estado.
Cidades de MS com população quilombola
A população quilombola está presente em 21 municípios de Mato Grosso do Sul, principalmente concentrada em Campo Grande (735 pessoas), Corumbá (371 pessoas) e Jaraguari (285 pessoas). Por outro lado, Dourados (3 pessoas), Anastácio (3 pessoas) e Sonora (2 pessoas) têm menos quilombolas.
Algumas dessas comunidades são famosas, como a comunidade Tia Eva, de Campo Grande, e Furnas do Dionísio, de Jaraguari.
No Brasil, há presença de pessoas quilombolas em 1.696 municípios e sobressai o fato de que 55 municípios brasileiros têm mais de cinco mil pessoas quilombolas residentes. Senhor do Bonfim (BA) destaca-se por ser o município com a maior quantidade absoluta de pessoas quilombolas, 15.999 pessoas, seguido dos municípios de Salvador (BA), com 15.897 pessoas, de Alcântara (MA) com 15.616 pessoas e de Januária (MG) com 15 mil pessoas.
Maior percentual de população em territórios delimitados
Apesar de Mato Grosso do Sul estar entre as unidades com menor quantidade de quilombolas do país, Estado se sobressai nos percentuais de população quilombola em territórios oficialmente delimitados.
No universo das pessoas quilombolas residentes no país, as pessoas localizadas em Territórios Quilombolas oficialmente delimitados representam 12,59% da população quilombola, de modo que 1.160.600 (87,41%) pessoas quilombolas encontram-se fora de áreas formalmente delimitadas e reconhecidas.
Destaca-se que os Territórios Quilombolas oficialmente delimitados abrigam a população residente de 203.518 pessoas, sendo 167.202 quilombolas (82,16%) e 36.316 (17,84%) não quilombolas.
Entre as Unidades da Federação, os quantitativos percentuais mais elevados de população quilombola em territórios delimitados são encontrados no Amazonas (45,43%), Sergipe (45,24%) e em Mato Grosso do Sul (44,97%). As maiores concentrações de pessoas quilombolas fora de Territórios Quilombolas oficialmente delimitados estão na Bahia, com 376.306 pessoas, no Maranhão, com 240.030, e em Minas Gerais, com 130.734.
Em Mato Grosso do Sul, a população residente em territórios quilombolas legalmente delimitados é de 1.519 pessoas. Destes, 75,38% são pessoas quilombolas (1.145 pessoas).
Quilombolas por município
Dos 72,4 milhões domicílios particulares permanentes ocupados recenseados no Brasil, 473.970 têm pelo menos um morador quilombola, correspondendo a 0,65% dos domicílios, mesmo percentual de total de pessoas quilombolas na população residente no Brasil.
Já em Mato Grosso do Sul, dos 979.540 domicílios particulares permanentes ocupados recenseados, 1.057 têm pelo menos um morador quilombola, aponta o IBGE. A média de moradores em domicílios particulares ocupados onde reside pelo menos uma pessoa quilombola é de 2,95.
Analisando a média de moradores em domicílios particulares ocupados onde reside pelo menos uma pessoa quilombola, verificou-se que ela está acima da média de moradores em domicílios particulares ocupados no estado de MS, que é de 2,79 pessoas.
Ao mesmo tempo, são quilombolas 81,40% dos moradores em domicílios particulares ocupados onde reside pelo menos uma pessoa quilombola, denotando que a população quilombola reside em domicílios com menos heterogeneidade étnica entre os moradores.
Esse padrão se repete em todas as Grandes Regiões e Unidades da Federação, com exceção do Distrito Federal, em que a média de moradores em domicílios particulares ocupados onde reside pelo menos uma pessoa quilombola é de 2,77, abaixo da média de moradores em domicílios particulares ocupados, que é de 2,83.
Destaca-se o Amazonas, onde a média de moradores em domicílios particulares ocupados onde reside pelo menos uma pessoa quilombola é de 4,71 pessoas, acima da média de moradores em domicílios particulares ocupados, que é de 3,64 pessoas.
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