Com 1,8 mil vítimas, doenças cardiovasculares mataram mais que câncer em Campo Grande em 2022  

Sesau registrou 6.820 mortes em 2022, sendo 1.860 mortes por doenças cardiovasculares e 1.103 por neoplasias em Campo Grande

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Doenças cardíacas
(Foto: Ilustrativa, Henrique Arakaki/Jornal Midiamax)

As doenças cardiovasculares são todas aquelas que afetam o coração e os vasos sanguíneos, bem como problemas estruturais e coágulos. Em Campo Grande, a incidência desses acometimentos é tão elevada que, das 6.820 mortes registradas pela Sesau (Secretaria Municipal de Saúde) em 2022, 1.860 foram apenas ocasionadas por doenças cardiovasculares. Números superam, inclusive, os óbitos relacionados a cânceres.

Conforme dados da Sesau, Campo Grande registrou 6.820 mortes em 2022. Dessas:

  • 1.860 foram ocasionadas por doenças cardiovasculares;
  • 1.546 por mortes prematuras (30 a 69 anos) pelas 4 principais DCNT (Doenças Crônicas Não Transmissíveis);
  • 1.103 por neoplasias (cânceres);
  • 897 por doenças respiratórias;
  • 631 por doenças infecciosas parasitárias;
  • 310 por doenças endócrinas nutricionais metabólicas;
  • 55 por causas mal definidas;
  • Entre outras.

É importante destacar que a mortalidade por doenças cardiovasculares na Capital sofreu alterações nos últimos anos. Em 2020, foram 1.743. O ano seguinte registrou pico dos últimos 10 anos com 1.903 óbitos pelo motivo. Em 2022, número caiu para 1.860.

Conforme dados da SBC (Sociedade Brasileira de Cardiologia), cerca de 400 mil pessoas morrem por ano por causa dessas enfermidades, o que representa 30% das mortes no país.

Doenças cardiovasculares

Na Capital, 773 óbitos no ano anterior foram por Doenças Isquêmicas do Coração, caracterizadas por dores no peito quando parte do coração não recebe sangue o suficiente. Ainda segundo dados, 446 mortes foram por Doença Cerebrovascular, quando artérias que levam sangue para o cérebro ficam obstruídas.

Dentre as doenças cardiovasculares, somente infarto e AVC fizeram 372 vítimas em Mato Grosso do Sul no mesmo período. Segundo dados da SES (Secretaria de Estado de Saúde), MS registrou 132 mortes por infarto agudo no miocárdio do início de 2022 até outubro. Enquanto isso, os óbitos de AVC (Acidente Vascular Cerebral) no mesmo período foram 240.

Conforme o médico Dr. Gabriel Doreto Rodrigues (CRM: 7773/MS), diretor de comunicação da SBC-MS, Mato Grosso do Sul computou 197 óbitos ocasionados por doenças cardiovasculares para cada 100 mil habitantes em 2018.

Fatores de risco de doenças cardiovasculares

Dessa forma, é importante entender que os fatores de risco para doenças cardíacas e cardiovasculares são divididos em modificáveis e não modificáveis. Entre os modificáveis estão: hipertensão, hipercolesterolemia, tabagismo, estresse/ ansiedade, diabetes, obesidade, sedentarismo, apneia do sono. Os não modificáveis incluem idade e predisposição genética. Além disso, esses problemas ocorrem, principalmente, após os 55 anos.

Portanto, a conjunção de mais fatores em um mesmo indivíduo potencializa o risco de complicações.

“Pelos dados de 2021, chama atenção a elevada prevalência em Campo Grande de tabagismo, sobrepeso, depressão e quantidade insuficiente de atividade física, em relação a outras capitais do território nacional. Talvez esses fatores merecem especial atenção”, comenta o especialista.

Então, é importante que nenhum fator de risco seja negligenciado, tendo em vista que todos podem ser controlados. Especialmente porque, em nível nacional, o maior número de mortes é por infarto do coração, seguido de AVC e de doenças relacionadas à hipertensão.

Tratamento de doenças cardíacas

A sociedade médica define que o maior desafio atualmente é reduzir óbitos e sequelas causados por doenças cardiovasculares, visto que elas causam o dobro de mortes do que todos os tipos de câncer juntos, por exemplo.

Graças aos esforços médicos, à evolução da ciência e à conscientização por melhores hábitos de vida, esses números têm melhorado ano a ano.

Para o especialista da SBC-MS, Mato Grosso do Sul conta com tudo o que é necessário para evitar e tratar esses acometimentos. Além disso, o Estado é referência nacional em cirurgias cardíacas minimamente invasivas.

“Um grande diferencial de nossas cidades é que os deslocamentos para assistência médica imediata ainda podem ser feitos de forma rápida. O tempo de atendimento médico é um fator primordial para o salvamento de nossos pacientes”, comenta.

Medidas de prevenção

Conforme pontuado por Gabriel Doreto Rodrigues, a melhor forma de prevenir doenças cardiovasculares é cultivar hábitos saudáveis: fazer atividade física aeróbica na maior parte dos dias; alimentação natural com saladas, fibras, proteínas, ingestão de peixes, pouca gordura, sem excesso de carboidratos; práticas de espiritualidade; dormir bem à noite; controle do peso; evitar tabagismo.

“As avaliações médicas periódicas e exames cardiológicos permitem também diagnósticos precoces e controle das doenças, evitando complicações mais graves”, comenta o médico cardiologista.

Com a adoção desses métodos, a chance de desenvolver alguma doença cardiovascular é bem pequena. No entanto, pessoas diagnosticadas também contam com um leque de tratamentos eficazes e disponíveis no Estado. Dessa forma, a união entre bons hábitos e terapias efetivas promovem bem-estar e qualidade de vida ao paciente.

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