A prefeitura de publicou resolução n. 735 em Diário Oficial extra desta segunda-feira (3) que convoca vários médicos para atuação nas unidades de saúde para atender superlotação dos locais em decorrência de surto de doenças respiratórias que atinge a Capital.

Dessa forma, a Sesau (Secretaria Municipal de Saúde) afirma ser necessária a de médicos devido à crescente demanda de atendimentos e urgência na lotação de novos profissionais. Assim, convocação é temporária e de interesse público.

Foram convocados: médicos plantonistas; médicos de família e comunidade, médicos ambulatoriais, médicos intervencionistas do Samu; médicos de saúde mental e médicos infectologistas.

Prefeitura também renovou convocação de servidores para exercerem cargos de médicos na Sesau entre o período de 1º de março a 31 de julho de 2023. Os editais podem ser conferidos neste link ou no documento abaixo:

Campo Grande vive epidemia

A convocação de novos profissionais está relacionada com o fato de Campo Grande enfrentar uma epidemia de doenças respiratórias, que atingem principalmente as crianças. A classificação da crise que lota unidades de saúde, hospitais da rede pública e até privada em epidemia foi feita pelo secretário municipal de saúde, Sandro Benites. Para conter a pressão no sistema público, a prefeitura vai tomar medidas emergenciais, como compra de leitos privados e liberação de consultas pediátricas sem agendamento nas unidades básicas de saúde da Capital.

O surto de doenças respiratórias atinge principalmente crianças e é mais grave em bebês. A situação se agravou em razão da circulação dos vírus Covid-19, rinovírus, sincicial respiratório e influenza no período de volta às aulas e após o período de isolamento da pandemia, quando a circulação de vírus entre as crianças foi menor. Entenda mais detalhes do surto respiratório nesta reportagem.

Em entrevista nesta segunda-feira (3), o titular da Sesau (Secretaria Municipal de Saúde), Sandro Benites, deu detalhes das medidas tomadas pela prefeitura para controlar a crise. Uma delas foi a publicação do de chamamento de novos médicos para quadro da Sesau.

Também estava prevista a publicação de edital de chamamento para hospitais públicos que tenham leitos pediátricos para internação de crianças. No entanto, até a publicação da reportagem, documento não foi oficializado no Diogrande.

Benites confirmou que hospitais particulares das redes Cassems, Unimed, São Julião e Pênfigo já comunicaram ao município que estão lotados e chegaram a solicitar vagas no SUS (Sistema Único de Saúde). O que dificulta o plano da prefeitura de contratar leitos privados. Único que informou à Sesau que tem interesse na contratualização é o El Kadri, que possui 30 leitos disponíveis para ceder ao poder público.

“Estamos vivendo duas epidemias. Por conta disso, procuramos a iniciativa privada, mas eles também estão passando pela mesma situação e até pedindo vaga para gente”, disse o secretário se referindo também à epidemia de dengue que atinge a Capital.

Unidades básicas com consultas liberadas

Além de contratar os leitos privados, a Sesau tomou outra decisão que tem o objetivo de reduzir a lotação de UPAs (Unidades de Pronto Atendimento) e CRSs 24 horas (Centros Regionais de Saúde). A prefeitura vai liberar consultas pediátricas em UBS e USF, as unidades básicas, sem agendamento. Ou seja, em caso de sintomas respiratórios sem gravidade, os pais poderão procurar as unidades básicas.

A intenção é evitar que casos de menor gravidade lotem as unidades de emergência. A prefeitura ainda não detalhou a partir de quando os agendamentos deixarão de ser exigidos e as consultas serão liberadas nas unidades.

Outra medida tomada pela Sesau é a rotatividade de médicos pediatras nas unidades, em uma espécie de equipes volantes nas UPAs.

A vacinação contra a gripe, iniciada nesta segunda (3) em Campo Grande, também deve ser buscada por pais para diminuir os efeitos graves da gripe em crianças. Bebês e crianças de até seis anos já podem ser imunizados contra a Influenza.

Aumento de 30% na demanda

Sesau confirma que a demanda nas unidades de urgência aumentou em mais de 30% devido ao surto de doenças respiratórias e dengue na Capital. Assim, usuários da saúde pública enfrentam na pele os percalços da superlotação.