BMW apreendida em operação e que era o sonho do marido de Perlla vai a leilão por R$ 540 mil

BMW e outros veículos de luxo apreendidos durante operação em outubro fazem parte de lote de R$ 1,3 milhão

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BMW era ostentada nas redes sociais (Fotos: Reprodução/ Instagram)

O Juiz da 3ª Vara Federal de Campo Grande, Bruno Cezar da Cunha Teixeira, autorizou a venda em leilão dos carros de luxo apreendidos pela Polícia Federal na Operação La Casa de Papel – entre eles a BMW/ X6 que era o sonho do marido da cantora Perlla, Patrick Abrahão Santos Silva, preso na operação.

O veículo avaliado em R$ 540 mil foi ostentado nas redes sociais de Patrick, assim como vários outros carros e as viagens internacionais. “É um dos carros que sempre quis ter, se eu escolhesse ficar na zona de conforto, jamais conseguiria”, diz a publicação motivacional.

A BMW é um dos sete carros apreendidos durante a operação, em outubro de 2022, e que vão a leilão. O pedido partiu da Polícia Federal para preservar os veículos. O valor do lote chega a R$ 1,3 milhão. A BMW é o item com maior valor e é descrito como veículo de luxo e blindado.

Além dele, também entram no lote uma BMW/325, um Audi A5, dois Porsches, uma Land Rover e um Honda HR-V – apenas o Audi e os Porsches não são blindados. Agora, cabe à leiloeira escolhida para a avaliação organizar o certame.

La Casa de Papel

Patrick e mais cinco – Ivonélio Abrahão da Silva, Diego Ribeiro Chaves, Fabiano Lorite de Lima, Cláudio Barbosa, Diorge Roberto de Araújo Chaves – viraram réus por organização criminosa, lavagem de dinheiro, operação ilegal de instituição financeira, gestão fraudulenta e crime contra o patrimônio da União e ambiental, no final de janeiro deste ano.

Segundo a denúncia do MPF (Ministério Público Federal) aceita pelo juiz da 3ª Vara Criminal Federal de Campo Grande no dia 25 de janeiro deste ano, Patrick lucrou R$ 2,494 milhões entre 2019 e 2020. O grupo que Patrick fazia parte aplicou um golpe de mais de R$ 4 bilhões.

O pai de Patrick, que é pastor e dono da Igreja Ministério Internacional Restaurando as Nações, movimentou mais de R$ 5 milhões entre fevereiro e março de 2021.

La Casa de Papel apurou pirâmide financeira

O esquema, conforme a PF, envolvia o uso massivo de redes sociais, marketing, reuniões, instituições de líderes arregimentados e até o uso de uma instituição religiosa pertencente a um dos investigados.

A estrutura ajudava na captação de recursos para o que seria um golpe, embalado em pacotes de investimentos ou aportes financeiros. Estes iam de US$ 15 a até US$ 100 mil, em troca de ganhos diários em percentuais altíssimos (chegando a 20% ao mês e 300% por ano).

“Traders” seriam os responsáveis por multiplicar o capital investido e instigar quem já participava do esquema a chamar novos investidores. Isso mediante ganhos percentuais sobre os valores aplicados pelos futuros parceiros – em um sistema chamado de “binário”, mas que, na prática, funciona como uma pirâmide.

Com o tempo, foram incorporados ao esquema investimentos vindos de minas, do mercado de vinhos, viagens e usinas de energia solar e reciclagem, entre outros. Em paralelo, ostentavam para os seguidores nas redes sociais seu “sucesso pessoal”, por meio de viagens internacionais.

O grupo, então, lançou duas criptomoedas próprias no fim de 2021, sem que elas tivessem algum lastro financeiro. Segundo a PF, os suspeitos manipularam o mercado para valorizar uma delas automaticamente, chegando a 5.500% em 15 horas e 38.000% dias depois.

Essas moedas virtuais foram usadas também para pagar investidores. Contudo, depois da alta meteórica, elas perderam todo o valor de mercado, levando à queda quase completa da liquidez.

A La Casa de Papel foi às ruas em 19 de outubro de 2022. Foram expedidos 6 mandados de prisão preventiva contra os líderes da organização criminosa e 41 de busca e apreensão no Rio de Janeiro, São Paulo, Rio Grande do Sul, Goiás, Maranhão e Santa Catarina.

Foram bloqueados valores em contas bancárias, imóveis de alto padrão, gado e ovelhas, veículos de luxo, ouro, joias, artigos de luxo, lanchas e criptoativos, bem como uma mina de esmeraldas.

Na operação, ganhou notoriedade a prisão do empresário e cantor Patrick Abrahão. Casado com a cantora Perlla, ele foi detido em um condomínio de luxo no Rio de Janeiro.

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