Campo Grande acumula 13 casos suspeitos de febre maculosa após a primeira notificação, em 19 de junho, de suspeita da doença em um menino de um ano de idade. De acordo com a Sesau (Secretaria Municipal de Saúde), a Capital não tinha nenhum caso confirmado até a última quinta-feira (20) e ainda não se sabia qual o resultado do teste do primeiro notificado. 

A divulgação da conclusão do exame por parte do laboratório Adolf Lutz, em São Paulo, está prevista para a próxima semana. A Sesau havia explicado que uma amostra foi recolhida no dia da notificação e, após 15 dias, era retirada mais uma amostra. Posteriormente, as duas seriam enviadas para o laboratório de referência nacional na capital paulista, responsável pela análise.

Assim, a expectativa era que o resultado do exame do menino de um ano de idade, que chegou a ser internado com sintomas de febre, náuseas e prostração, saísse em cerca de um mês depois da notificação do caso.

O país ficou em alerta com a febre maculosa depois que a doença matou quatro pessoas que compareceram a uma festa na Fazenda Santa Margarida, em Campinas (SP), estado que faz fronteira com Mato Grosso do Sul.

Dados da Sesau apontam que a última notificação de febre maculosa em Mato Grosso do Sul ocorreu em 2018. No período entre 2012 e 2022, foram seis registros da doença.

O que é a Febre Maculosa?

A Febre Maculosa é uma doença infecciosa, febril aguda de gravidade variável, podendo apresentar formas clínicas leves e atípicas até formas graves, com elevada taxa de mortalidade.

São as grandes chances de óbitos que causam maior preocupação entre especialistas sobre um possível surto da doença. Para o doutor em biologia molecular, Renato Andreotti, também pesquisador da Embrapa (Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária), cerca de 40% dos diagnósticos positivos da doença resultam em morte.

“Isso os que foram diagnosticados, alguns só descobrem a doença após a morte”, comentou o pesquisador. “O agente é de baixa circulação, mas de alta virulência, tendo uma evolução rápida, podendo levar à morte”, complementou.

Isso ocorre, pois os sintomas da Febre Maculosa possuem grande semelhança com a Dengue. Entre eles estão:

  • Febre;
  • Náusea e vômito;
  • Mialgia (dor muscular);
  • Exantema máculo-papular, petéquia, equimoses (manchas avermelhadas) e hemorragias
  • Diarreias (menos comum);
  • “Se a pessoa não avisar ao médico que foi picada por um carrapato, o profissional pode pensar se tratar de um caso de dengue”, complementa Andreotti.

Fui picado por um carrapato, o que fazer?

Antes de entender quais os procedimentos em casos de picadas de um carrapato, é importante saber como evitar que os parasitas tenham contato com nossa pele.

Conforme a Embrapa, alguns cuidados podem ser tomados ao frequentar locais com maior probabilidade de carrapatos, como parques, áreas rurais e beiras de rios.

Confira as dicas:

  • Usar roupas com mangas longas, botas e calça comprida (com a parte inferior colocada para dentro das meias).
  • Utilizar roupas claras (para facilitar a visualização de carrapatos).
  • Após utilização, colocar as roupas em água fervente para a retirada dos carrapatos.
  • Ao encontrar um carrapato no corpo, retirá-lo o mais rápido possível com uso de uma pinça, para que seu conteúdo não seja inserido no nosso corpo ou seus ‘dentes’ não fiquem grudados na pele (veja na imagem abaixo).
  • Após retirar o carrapato, colocá-lo em um frasco com álcool 70% nunca esmagar o carrapato entre as unhas para evitar contaminação.
  • Caso a pessoa apresente os sintomas da Febre Maculosa, procurar um médico e informá-lo sobre o contato com o carrapato.
  • Outras informações sobre a Febre Maculosa podem ser encontradas no site do museu do carrapato, clique aqui.