Após seis dias de espera, o pequeno Luiz Davi, de 3 anos, conseguiu nesta sexta-feira (31) transferência para um hospital de Campo Grande. Ontem (30), o Jornal Midiamax contou o drama da família da criança, que aguardava o leito no CRS (Centro Regional de Saúde) Tiradentes, com quadro grave de derrame pulmonar.
Em entrevista na quinta-feira, a tia de Luiz relatou que o menino apresentava quadro febril e sérias complicações nos pulmões. “Precisamos dessa vaga no hospital pelo amor de Deus”, disse na ocasião.
De acordo com a Sesau (Secretaria Municipal de Saúde), o leito para o garoto foi liberado no Hospital Regional de Campo Grande.
Com o sistema de saúde sobrecarregado em razão do aumento de casos de doenças respiratórias, pelo menos 50 crianças em estado grave aguardam vaga em hospital de Campo Grande. O número é diário e mostra o caos que a saúde pública enfrenta, realidade que atinge principalmente bebês recém-nascidos.
O número de 50 crianças por dia aguardando vaga é da Sesau, que explica que o número oscila diariamente, devido à abertura de vagas e transferências.
Campo Grande enfrenta caos na saúde
Mato Grosso do Sul tem 1.396 pacientes hospitalizados em decorrência de SRAG (Síndrome Respiratória Aguda Grave), são 170 a mais que há uma semana. As crianças seguem sendo as mais afetadas, representando 50% dos casos entre zero e 9 anos de idade.
De acordo com a Sesau (Secretaria Municipal de Saúde), nos últimos 15 dias, houve aumento de 30% na demanda por atendimento nos postos de saúde de Campo Grande. A volta das aulas é o que explica o pico nos atendimentos.
Com a realidade, superlotação com horas e horas de espera se tornou rotina em unidades de saúde pública de Campo Grande, mas não se resume a elas. O cenário é parecido em hospitais particulares, que também vivem dias de superlotação, principalmente na ala pediátrica.