Esta oncinha viria para o Pantanal de MS, mas problema congênito impediu soltura
Pantanal de MS perdeu toda a ‘braveza’ da onça-pintada por uma ironia do destino
Fábio Oruê –
Notícias mais buscadas agora. Saiba mais
“Aquele que enxerga longe”. Em tupi-guarani, Apoena. O destino às vezes é irônico ao pregar suas peças. A oncinha Apoena nasceu destinada a vir morar no Pantanal de Mato Grosso do Sul, mas um problema nos olhos a impede de viver em liberdade.
Nesta quarta-feira (29), é comemorado o Dia Nacional da Onça-pintada e a história de Apoena mostra as dificuldades da luta que esses felinos enfrentando a extinção.
Apoena já estava prestes a vir para o Pantanal de Mato Grosso do Sul e continuar o legado de sua mãe Amanací – resgatada com as patas queimadas nos incêndios de 2020 -, mas um diagnóstico mudou todo o seu destino.
Não vem mais
Os cuidadores do grande bebê onça no Instituto Nex No Extinction começaram a notar comportamentos que indicavam possíveis problemas de visão. Exames realizados em Apoena revelaram que a onça-pintada tem lesões nas retinas dos dois olhos.
O Instituto divulgou que o quadro é irreversível e degenerativo. O DNA foi enviado para os Estados Unidos para tentar entender como surgiu o problema.
Enquanto isso, o local de preservação dos maiores felinos da América Latina luta para que Apoena não fique completamente cego. De acordo com a oftalmologista veterinária, Ana Carolina Rodarte, a equipe suspeita de uma doença genética.
Como a onça-pintada tem hábitos noturnos, Apoena teria dificuldade em caçar e conseguir alimentos, comprometendo a sua vida na natureza – inclusive representando perigo de morte, já que poderia não conseguir se alimentar.
Pantanal de MS perdeu toda a ‘braveza’ de Apoena
Apoena não vem mais, mas, segundo o Nex, o plano de reintrodução de um novo exemplar da espécie no Pantanal segue vivo. Os esforços por agora são para que a oncinha não fique cega.
Entretanto, o Pantanal perdeu toda a ‘braveza’ de Apoena, que desde que nasceu já demonstrava toda a natureza de uma onça-pintada: “Eu tenho só 24 dias de vida e já sou muito bravo”, publicou o instituto, quando a ferinha ainda não tinha nem 1 mês de vida.
De lá para cá, o ainda filhote cresceu e já estava quase do tamanho da mãe. Eles já estavam em um recinto cercado no meio da mata, com lago, gruta e sem contato com humanos, para que Apoena aprendesse a vivar na natureza.
O próximo passo seria a soltura no Pantanal. Conforme publicado pelo Jornal Midiamax, o local já tinha sido escolhido: Refúgio Ecológico Caiman, na região de Miranda. Lá, ele seria acompanhado pelas equipes do Onçafari e ICMBioCenap (Centro Nacional de Pesquisa e Conservação de Mamíferos Carnívoros).
Filhote de lendas da fauna pantaneira
O Apoena nasceu com uma importante missão, substituir a mãe, Amanací, na natureza. Ela e o macho ‘Ousado’ foram resgatados do Pantanal em 2020, com as patas gravemente queimadas. A dupla recebeu tratamento no Instituto NEX.
Enquanto Amanací acabou condenada a viver em cativeiro, pois perdeu as garras, Ousado passou por tratamento, reabilitação e pôde voltar para o Pantanal. De lá para cá, Amanací começou a “namorar” com o macho Guarani.
O instituto cuidadosamente planejou esse encontro, como uma forma de compensar a falta da Amanací no Pantanal, para que um dia, um filhote dos dois pudesse ocupar o lugar que um dia foi de sua mãe.
Conforme o instituto, com o diagnóstico de Apoena, houve apenas uma mudança de planos. “O que podemos dizer para vocês é que o sonho nunca acaba. Vamos continuar fazendo tudo o estiver ao nosso alcance para que as onças continuem existindo na natureza”, publicou.
Ameaça de extinção
De acordo com o Onçafari, a fragmentação de habitats e a perda de áreas de floresta em razão da ação humana são as principais ameaças às onças-pintadas. “Áreas desmatadas para a produção agropecuária e expansão de cidades diminuem as áreas de vida desses predadores, diminuindo também a disponibilidade de presas naturais”, diz nota do refúgio
Além disso, a caça desses felinos ainda contribuem para o processo de extinção. Antigamente, as onças eram mortas em especial para a retirada e venda de sua pele como item de decoração.
Conforme fazendeiros alteram o ambiente para a criação de gado bovino ou de outros animais e caçam as espécies de presas silvestres, a disponibilidade de alimento diminui. O que resulta no aumento do contato entre onças e seres humanos e, eventualmente, na predação do gado, gerando um conflito de longa data entre pecuaristas e onças-pintadas.
Notícias mais lidas agora
- ‘Tenho como provar’: nora vem a público e escreve carta aberta para sogra excluída de casamento em MS
- Adolescente é encontrada em estado de choque após ser agredida com socos e mordidas e pais são presos
- Homem incendeia casa com duas crianças dentro por disputa de terreno em MS: ‘Vou matar vocês’
- Mais água? Inmet renova alerta para chuvas de 100 milímetros em Mato Grosso do Sul
Últimas Notícias
Semana chega ao fim com mais de 2,2 mil oportunidades de emprego em Campo Grande
Funsat oferece 2.279 vagas de emprego nesta sexta-feira (22)
Onde assistir: Sexta-feira tem Flu contra o rebaixamento e abertura da última rodada da Série B
Pela Série A, time carioca enfrenta o Fortaleza, que ainda sonha com o título da competição
Fim de semana tem show de Dudu Nobre, espetáculos de teatro e ‘Desapega’ em Campo Grande
Confira os eventos gratuitos que ocorrem neste fim de semana, em Campo Grande
Preso após bater carro durante fuga no Otávio Pécora estava com munições, drogas e dinheiro
Durante a perseguição, o autor colidiu o carro contra o guard rail
Newsletter
Inscreva-se e receba em primeira mão os principais conteúdos do Brasil e do mundo.