Volta às aulas das universidades movimenta procura de pensionatos e repúblicas de Campo Grande
Depois de dois anos difíceis devido a pandemia, em 2022, parece que tudo está voltando ao normal para quem trabalha neste setor
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A volta às aulas das universidades de Campo Grande tem movimentado novamente o mercado dos pensionatos e repúblicas da Capital. Depois de dois anos difíceis devido a pandemia, em 2022, parece que tudo está voltando ao normal para quem trabalha neste setor.
Uma experiência considerada normal principalmente para estudantes que precisam estudar em outras cidades e estados para concluir uma graduação. Em 2020, com a chegada da covid-19, as aulas passaram a ser on-line e muitos alunos deixaram os pensionatos/ repúblicas para voltarem a sua cidade natal, fator que ‘balançou’ o setor.
Conforme a proprietária de um pensionato de Campo Grande, Cláudia Aguero, de 42 anos, muitos estudantes deixaram o local, já que não seria necessário estarem presentes nas universidades, desta forma, ela precisou buscar outros meios para viver.
“A gente vive de aluguel, né? Com a pandemia muitos não precisavam mais estarem no pensionato, pois conseguiam fazer tudo via internet. Foi difícil e comecei a vender roupas, mas neste ano tudo está voltando ao normal, a procura já está grande novamente e os alunos estão retornando”, disse.
Estudantes que vêm de outros lugares do Estado e do País preferem morar em pensionatos ou repúblicas por serem mais seguros e mais baratos, mas residir nesses lugares tem o lado bom e o ruim também.
Conforme a estudante de arquitetura Bárbara Castilho, de 21 anos, o lado positivo é realmente o custo benefício, mas o ruim seria a falta de privacidade. Natural da cidade de Maracaju, no interior de Mato Grosso do Sul, a aluna explica que resolveu morar em Campo Grande para concluir os estudos.
“A parte boa é que não precisamos alugar um imóvel e nem comprar os móveis, mas também achei um pouco estranho morar na mesma casa com várias pessoas que não conhecia. A gente vai acostumando aos poucos e depois vamos fazendo amizade, difícil mesmo é só nos primeiros meses, depois o negócio flui normalmente”, contou.
Alaides Remontini é proprietária de cinco pensionatos em Campo Grande e destaca que o estudante pode ficar tranquilo, pois é muito sossegado viver em um local assim. Ela também ressalta que com a volta as aulas, a procura está grande e todos os aposentos já estão praticamente ocupados.
“É muito tranquilo, o estudante tem café da manhã, almoço, roupa lavada e passada. Também água, luz, internet e limpeza. O aluno que vai apenas para estudar morando em um pensionato. A procura está grande e já estamos quase em vagas ”, explicou.
Nem todos os proprietários tiveram grandes problemas durante a pandemia. Luiz Carlos Serra é dono de uma república em Campo Grande e ressalta que os moradores não abriram mão dos aposentos.
“A procura neste mês deu uma intensificada. No geral, não tivemos problemas, pois a maioria dos moradores continuaram durante a pandemia. Tivemos apenas dois quartos vagos e conseguimos aluga-los. Não temos problemas com convivência, todos se entendem bem e se ajudam. Dividimos contas e fazemos compras sempre pensando em todos da casa. Na república temos uma escala de limpeza, cada dia um tem que limpar e uma vez na semana fazemos uma faxina geral. Caso alguém não cumpra a escala sem aviso prévio temos uma pequena multa. Morar em uma república é sempre animado, divertido e sempre rende boas risadas”, contou.
A estudante de medicina veterinária, Paula Pettarin, de 20 anos, explica que seus pais acharam melhor ela morar em um pensionato por ser um lugar mais seguro. “Claro que o preço conta muito e o lugar fica próximo a universidade que estudo. No pensionato não preciso lavar as roupas, tenho comida, água, luz e internet e não precisei comprar móveis. Meus pais estudaram a ideia de eu morar sozinha, mas a casa ficaria longe da faculdade e também não teria a mesma segurança que tenho no pensionato”, destacou.
Ligando em vários pensionatos e repúblicas de Campo Grande, o Midiamax fez um levantamento de preços, os quais variaram de R$600 a R$2.300 a mensalidade da hospedagem por pessoa.
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