Assim como os mais de 350 funcionários demitidos do frigorífico Golden Imex de Paranaíba, a 408 quilômetros de Campo Grande, e os vários pecuaristas locais fornecedores de gado, a própria Prefeitura da cidade não sabe concretamente o motivo do fechamento e qual será o desfecho do imbróglio causado pelo anúncio de tal decisão.

Segundo o secretário da Indústria e Comércio de Paranaíba, Edivando Quirino, todos foram pegos de surpresa e, após o anúncio oficial, apesar das tentativas, a administração municipal não conseguiu contato com representantes do frigorífico. “Nós fizemos um ofício solicitando uma reunião com o gerente local ou com alguém da diretoria, mas nem ofício eles receberam, tampouco nos receberam”.

Ainda conforme Edivando, há “boatos” de que um dos donos, que vive em São Paulo, irá até a cidade nesta semana para negociar as pendências, mas nada disso é certeza. “Resumindo, estamos no escuro”.

O frigorífico Golden Imex é de um grupo iraniano e teria dado como única justificativa questões mercadológicas. “Causa um impacto muito grande nas contas do município essa quantidade de gente desempregada de uma hora para outra, sem falar nos produtores locais que estão sem receber”, finaliza Edivando.

Dívida milionária e bens apreendidos

O frigorífico Golden Imex fechou as portas nesta sexta-feira (18) em Paranaíba, demitiu cerca de 350 funcionários e ficou devendo mais de R$ 20 milhões a pecuaristas da região.

Em relação aos trabalhadores, segundo a advogada Cintia Regina, foi dado aviso prévio aos funcionários, porém ainda não foram feitas as rescisões e, até o momento, nenhum funcionário recebeu. Ainda não foi informado o valor que deverá ser pago aos trabalhadores.

Em relação aos produtores, o valor da dívida pode ser superior a R$ 20 milhões. Acredita-se que o frigorífico ficou devendo mais de 20 produtores. Atualmente, o Golden Imex abatia aproximadamente 300 cabeças de gado ao dia.

Por ordem judicial cumprida neste sábado (19) os donos do frigorífico não podem tirar nada de duas instalações. O advogado dos fazendeiros, Fredson Freitas da Costa, entrou com medida cautelar de arresto, que foi acatado pela Justiça. Com isso, houve a apreensão dos bens do devedor para assegurar o pagamento das despesas da empresa.