Por dentro do Aquário do Pantanal: confira peixes, répteis e até fóssil da era do gelo em MS
A grande cápsula nos altos da avenida Afonso Pena agora é uma realidade. Após 11 anos, o antes Aquário do Pantanal agora é o Bioparque Pantanal, em Campo Grande: um local que abriga ciência, tecnologia, conhecimento e uma viagem no tempo. Com cerca de 220 espécies de peixes, o maior aquário de água doce do […]
Graziela Rezende –
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A grande cápsula nos altos da avenida Afonso Pena agora é uma realidade. Após 11 anos, o antes Aquário do Pantanal agora é o Bioparque Pantanal, em Campo Grande: um local que abriga ciência, tecnologia, conhecimento e uma viagem no tempo. Com cerca de 220 espécies de peixes, o maior aquário de água doce do mundo ainda conta com diversidade de répteis e até fósseis da “Era do Gelo”.
O Jornal Midiamax acompanhou a primeira visita técnica nesse domingo (27) e relata, com detalhes, como é o passeio pelo Aquário. Da longa caminhada ao estacionar o carro e chegar até as portas de vidro, já é possível ver a grandiosidade da obra. Do lado esquerdo, um balcão de informações recebe os visitantes. Ao lado direito, um imponente aquário se conecta ao piso de mármore e faz as vezes de uma parede, escondendo um auditório atrás que deve receber gente de todo canto do mundo.
Ao meio, duas escadas rolantes e uma escada comum, que dão acesso a ambientes com laboratórios de robótica, ciência e tecnologia, aquários que passam sobre a cabeça, salas pedagógicas, ambientes que abrigam artesanato e até a Nossa Senhora do Pantanal, que é genuinamente sul-mato-grossense. Para os estudantes, uma biblioteca virtual, inúmeros computadores e também mascotes de animais típicos do nosso estado, que tornam a experiência lúdica e inesquecível.
“O Bioparque está praticamente todo concluído, agora na fase final de montagem. A partir do próximo mês, em um escalonamento, nós vamos fazer todo um fluxo de visitação. Terá um site específico que vai coordenar estudantes, pessoas que queiram conhecer, trade turístico e, até o final do ano, o governo de Mato Grosso do Sul, aliado às secretarias, vai fazer a gestão desse aquário”, afirmou o governador do Estado, Reinaldo Azambuja (PSDB).
Valor não será cobrado no Aquário até o final do ano
Neste primeiro momento, Azambuja ressalta que o valor de entrada não será cobrado. “Não vamos cobrar entrada até 31 de dezembro. O próximo governo é quem vai tomar a decisão de concessão ou não, porque a Cataratas [grupo que faria a gestão] se negou a seguir adiante e agora temos um período de muito estudo, visitação e de completar os tanques com mais de 200 espécies de peixes do Pantanal, América do Sul, Oceania, Europa, entre outros”, argumentou.
Ao ressaltar o fato de ser o maior complexo de água doce do mundo, o governador falou que este é um ganho para a sociedade sul-mato-grossense. “Isso torna aqui um atrativo, principalmente, pela visitação, mas, também os estudos das águas e do bioma Pantanal e do meio ambiente daqui”, disse.
Museu da Era do Gelo no Aquário
Com a participação da Marinha, um dos grandes atrativos é o museu arqueológico do local. No piso térreo, quando uma das portas se abre, já é possível ver um fóssil de cerca de 3,7 metros, que é o de uma preguiça-gigante, além da carcaça de um animal “do tamanho de um Fusca”, segundo o professor de geografia e curador de museus, Jules Souto.
Com larga experiência na área de museus ao redor do mundo, Souto fala que o fóssil do dinossauro possui cerca de 11 mil anos e é da época da Era do Gelo. “Ele conviveu com os homens. São animais da época da Era do Gelo. Acho interessante desmistificar a ideia de que encontramos essas espécies somente fora daqui. O Brasil é muito rico e este aquário tem um diferencial pela proposta da água doce”, alegou o curador que já participou da curadoria de 8 museus ao redor do mundo, entre eles Barcelona e Stambul.
O professor e curador ainda avalia que a arquitetura arrojada e o aquário como um “complexo científico e detentor de um museu” tornam a proposta única. “O museu vai se expandindo ao longo do prédio, tomando conta de todos os espaços, é, na verdade, o espaço dos saberes. E é isso que estamos buscando. Que a crianças e o público esteja encontrando algo a cada 5, 6 metros, que não seja só a beleza cênica”, avaliou.
No espaço do museu, neste momento há uma exposição itinerante dos animais da Era do Gelo. “São os famosos animais dos desenhos animados, que as pessoas imaginam que eram animais lá dos Estados Unidos, da América do Norte e não. Os maiores, a maior quantidade de espécies foram descobertas no Brasil. O Tigre Dente de Sabre, tão famoso e tão falado, é do Brasil. Foi descoberto em Minas Gerais pela primeira vez. O Tigre Dentre de Sabre dos Estados unidos é duas vezes e meia menor que o nosso, então, é importante as pessoas saberem que existiam os mastodontes os nossos elefantes de Mato Grosso do Sul. Que tinham as preguiças-gigantes, que tinham tatus gigantes do tamanho de um Fusca, então, é muito importante passar esse conhecimento até para as pessoas valorizarem a fauna e aí as pessoas vão se dar conta que Mato Grosso do Sul é um dos estados mais ricos do mundo em biodiversidade. E não só agora, mas, a milhares de anos atrás”, opinou.
Laboratórios e mascotes
Em outros ambientes, a nostalgia é possível com os laboratórios de química, em que se encontra a temida tabela periódica, tubos de ensaios, vidros com aqueles nomes complicados como “bureta, becker, erlenmeyer”, além do laboratório de robótica, centros de pesquisa e uma biblioteca interativa e pedagógica, sem falar nos mascotes feitos de forma lúdica com capivara, ariranha, onça, vitória-régia, peixe-dourado e o tuiuiú.
Ao percorrer os corredores, o público poderá ver os peixes em mais de cinco milhões de água armazenada. Mas, algo que pouca gente imagina, são os projetos pedagógicos que também ocorrem ali. A professora Sueli Rocha Bonfim, por exemplo, está percorrendo escolas da cidade para divulgar o Aquário e disse ter orgulho do projeto pedagógico existente ali.
O início da visitação ocorre nesta quarta-feira (30), com 300 alunos da Escola Estadual Lúcia Martins Coelho, conforme adiantou o Jornal Midiamax. Em seguida, no mês de abril a visitação se estende para outras escolas e, a partir do mês de maio, será aberto ao público de forma gratuita.
Conforme o governo, um site será inaugurado para as pessoas preencherem os dados e solicitarem as visitas coordenadas e orientadas. Em seguida, o público recebe um voucher e pode ir até o local.
Aquário do Pantanal
Com aproximadamente 19 mil m² de área construída, o Aquário do Pantanal conta com 33 tanques, sendo 23 internos e oito externos, além de um tanque de abastecimento e outro de descarte de efluentes, totalizando um volume de cinco milhões de litros de água, nas dependências do Parque das Nações Indígenas.
Iniciada em 2011, a obra seria concluída no governo anterior, já que os peixes começaram a chegar no final do ano de 2014. No entanto, com problemas de licitação, auditorias, engenharia e complexidade da obra, ocorreram diversas paralisações. Orçado em R$ 89 milhões, o aquário teve inúmeros aditivos e terminou, com o custo final, de R$ 230 milhões, de acordo com o governo do Estado.
Confira o vídeo e mais algumas imagens da visita técnica neste domingo (27):
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