A estiagem em Mato Grosso do Sul castigou os produtores rurais nos últimos meses. Chuvas abaixo do esperado e altas temperaturas fizeram com que as produções em todo o Estado sofressem e como consequência o Governo de MS precisou decretar situação de emergência por conta da seca. 

A situação de emergência atende a um pedido dos produtores de soja, suinocultores, avicultores e pecuaristas, que estão preocupados com a falta de chuva e com a possibilidade da safra de ser prejudicada na colheita.

Cultivando soja e milho, o produtor e presidente do sindicato rural de Maracaju, Fábio Caminha, foi um dos prejudicados nessa época. “Essa estiagem pegou a gente já na fase reprodutiva da soja e a gente começa a ter vários problemas, desde a floração, enchimento de grãos”, contou ao Jornal Midiamax.

“Esse ano a gente teve um período vegetativo bom, que foi em outubro e novembro e aí de dezembro a coisa começou a atrapalhar”, continuou. Com isso, cai a produção e os produtores sentem no bolso as consequências da estiagem. “Prejuízo grande. Tem lugar que as plantas chegam a morrer”, explicou à reportagem.

A situação é ainda mais crítica na região sul do Estado. “O governador do Paraná (Ratinho Júnior) também decretou situação de emergência em todas as cidades, em função da estiagem. Aqui temos a situação mais crítica na região do Conesul. Estamos sentindo os efeitos do fenômeno La Ninã”, comentou o governador (PSDB). 

Chuvas abaixo do esperado

MS registrou chuvas abaixo do esperado no mês de dezembro, atingindo apenas 50,16% do acumulado que era previsto pela meteorologia. Somente duas cidades atingiram o volume de chuva que era aguardado e outras três chegaram próximo.

Cidades como Itaquiraí (6,14%), Ribas do Rio Pardo (30,5%), (20,2%), Dois Irmãos do Buriti (22,7%), Maracaju (23,5%), Ponta Porã (15,9%) e Bela Vista (18%) tiveram altos índices de diferença entre o volume de chuva e o que era esperado.

Situação de emergência

Pelo prazo de 180 dias, ou seja, seis meses, os 79 municípios de Mato Grosso do Sul estão em situação de emergência devido à estiagem, conforme decreto publicado nesta terça-feira (4). No Estado, 100% da soja já foi plantada e o momento é do enchimento dos grãos. A colheita geralmente é feita depois de fevereiro e a maior parte dos grãos é para exportação.

A situação de emergência autoriza a Administração Direta e as entidades (indiretas) do Poder Executivo a destinar recursos humanos, financeiros e materiais, assim como veículos e equipamentos para auxílios em abastecimento de água para consumo humano e aos animais.

O decreto ainda autoriza a mobilização de todos os órgãos estaduais para atuarem sob a coordenação da Defesa Civil, nas ações para conter este cenário de seca. Também se concede aval para convocar voluntários para reforçar as ações de resposta aos desastres, assim como promover campanhas de arrecadação de recursos.