Pesquisas de variação linguística da UEMS são selecionadas para conferência na Alemanha

Pesquisas serão apresentadas na 20ª Conferência Anual da Associação de Crioulos de Base Lexical Portuguesa e Espanhola, que acontecerá na Universidade de Augsburgo, na Alemanha

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Campus da UEMS em Campo Grande
Campus da UEMS em Campo Grande

Dois estudos sobre variação linguística e gramatical da UEMS (Universidade Estadual de Mato Grosso do Sul) foram selecionados para a 20ª Conferência Anual da Associação de Crioulos de Base Lexical Portuguesa e Espanhola, que acontecerá na Universidade de Augsburgo, na Alemanha.

Uma das pesquisas foi realizada pela acadêmica Giulia Viana Lima, do Programa de Mestrado Acadêmico em Letras. Ela apresentou o trabalho com o tema “Os Empréstimos Lexicais da Língua Portuguesa nos Livros de I & II Tessalónika em Tétum-Praça”, que analisa os empréstimos lexicais da língua portuguesa.

Segundo a pesquisadora, o estudo possui caráter descritivo, e os resultados são apresentados de forma quantitativa e qualitativa, pois além de explorar os empréstimos linguísticos e quantificá-los, descreve quais são eles e a que campo semântico pertencem. “O estudo verificou e quantificou a presença de 15 campos semânticos tetumófonos afetados pelo contato do português. A partir desses resultados, conclui-se que as consequências do contato de línguas no contexto timorense e a importância que a língua portuguesa exerce no país”, explica Giulia Viana.

Já o levantamento do professor Dr. Antonio Carlos Santana de Souza tem o tema “Africanismos e variação linguística em comunidades afro-brasileiras do Estado de Mato Grosso – Brasil”. A análise do professor fala de afrodescendentes em Comunidades Quilombolas de Mato Grosso. “Neste trabalho, busquei observar a língua em uso na sincronia, em situações e localizações geográficas específicas. Os resultados da recolha de dados de caráter dialetal apresentam características que refletem o português do período colonial, como também evidências sobre o resultado do contato linguístico, para compreender a diferenciação do português falado no Brasil, na heterogeneidade de suas variantes regionais e sociais, em relação ao português falado em Mato Grosso”.

O objetivo da pesquisa do docente é apresentar as amostras da fala das comunidades que tiveram processos de mudança induzidos pelo contato com outras línguas “sem fazer dessa variedade linguística uma língua crioula, ou mesmo uma variedade linguística independente de sua língua-alvo, o português standard brasileiro. Os resultados obtidos nas análises das comunidades rurais, apresentaram predominância das variantes [+ afro] em uso real em ambos os sexos. Os resultados das análises na comunidade urbana, permitiu-nos identificar 110 vocábulos de origem africanas, comuns ao universo dos entrevistados”.

O evento deste ano acontecerá em setembro e leva o tema “Contactos linguísticos como continuum e continuidades epistemológicas na linguística de contacto”.

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