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Cotidiano

Obra de Emei parada há 10 anos no São Conrado é reduto de usuários de droga e criadouro de dengue

Os moradores da região reclamam da sujeira e água parada, que acaba ajudando na proliferação do mosquito-da-dengue
Mariane Chianezi -
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Foto: Nathalia Alcântara/Midiamax

Se o Parque do Sol tem o seu ‘elefante branco’, o São Conrado também tem. Com obra iniciada há mais de 10 anos, a Emei (Escola de Educação Infantil) parece que nunca ficará pronta, relatam moradores. A previsão é que a construção da unidade educacional inacabada fique pronta com investimento de R$ 2,6 milhões.

Na Rua Lucena com a Rua Curvelo, a obra chama atenção por estar 50% concluída: estrutura definida, salas, janelas, telhado e o que deveria ser um sistema de energia elétrica são reduto de moradores de rua, abrigo de usuários de droga e local de descarte de lixo.

Foto: Nathalia Alcântara, Midiamax

Os moradores da região lamentam a obra estar ‘empacada’. Principalmente as moradoras que têm filhos cobram uma solução.

“Meu filho mais velho tem 4 anos, poderia estar matriculado em uma escola dessa. Essa aí, tão pertinho de casa. Infelizmente parece que nunca vai ficar pronta. Eles só vêm limpar quando tem eleição”, comentou Ana Flávia, que tem dois filhos pequenos e mora no São Conrado há 6 anos.

Ela comenta que os líderes do bairro chegaram a chamar atenção do poder público para a obra inacabada, mas do jeito que está permanece. “Nem vir limpar mais eles não vêm”, diz.

Dengue se prolifera em Emei inacabada

Jane Lúcia mora a uma esquina da Emei e relata que o prédio já havia sido isolado para evitar furtos ou que moradores de rua se abrigassem, mas nada adiantou. “Os moradores de rua que praticamente moram lá dentro passaram pela rua com as portas que tinham colocado. Eles tiraram tudo de dentro”, disse.

Outro problema é a infestação e proliferação do mosquito-da-dengue. O terreno está abandonado, coberto por matagal e, com as telhas do prédio caindo, água acaba acumulando e gera preocupação dos moradores.

“O próprio agente de saúde orientou que fizéssemos um mutirão para limpar, porque estava muito sujo e cheio de água acumulando. É uma sujeira. De que adianta a gente deixar nosso quintal limpo, mas eles não tomam conta disso aí?”, questiona a moradora.

A reportagem procurou a Prefeitura Municipal, que informou que a licitação da obra de conclusão da Emei está em fase de homologação.

Foto: Nathalia Alcântara, Midiamax

Licitação de R$ 2,6 milhões

A obra da Emei do São Conrado, em Campo Grande, pode custar mais de R$ 2,6 milhões. O aviso de continuidade da licitação foi publicado em uma edição extra do Diogrande (Diário Oficial de Campo Grande) no dia 26 de outubro.

De acordo com o Portal da Transparência, o município tem como objetivo contratar uma empresa para realizar obras e concluir a construção da Emei. O valor máximo que a Prefeitura pretende pagar pelos serviços é de R$ 2.625.339,30.

Conforme o Diogrande, a Semed (Secretaria Municipal de Educação) com interveniência da Sisep (Secretaria Municipal de Infraestrutura e Serviços Públicos) foram as solicitantes da licitação.

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