MP de Dourados quer investigar publicações racistas contra eleitores nordestinos

Promotor João Linhares encaminhou pedidos à PF e PC

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Promotor do MPMS de Dourados, João Linhares (Foto: Reprodução/MP)

Publicações suspeitas de prática de racismo são alvos de pedidos de investigações feitos pelo promotor do MPMS (Ministério Público de Mato Grosso do Sul) em Dourados, João Linhares. As solicitações foram encaminhas à Polícia Federal e também à Polícia Civil.

As postagens foram feitas no site ‘Mídia Dourados’ e também pelo perfil de um internauta já identificado. Neles os nordestinos são atacados por terem votado majoritariamente na candidatura de Lula à presidência da República nas eleições deste domingo (2).

“Depois vem pro Sul vender rede”, postou a página, que tem 57 mil seguidores e registro de publicações com críticas à esquerda e especificamente ao político petista e também às urnas eletrônicas. O outro perfil atribuído a um personal trainer de Dourados também fez publicações no mesmo tom.

“Ê Nordeste, você ainda vai comer muita farinha com água pra não morrer de fome” e “O Nordeste merece voltar a carregar água em balde mesmo. Aí depois vem esse bando de ‘cabeça redonda de bagre’ procurar emprego nas cidades grande”, postou o personal douradense.

“Nada, absolutamente nada justifica o crime de racismo contra uma região do país, como parece ter ocorrido na espécie. Somos todos brasileiros irmanados na busca de um mundo melhor e nenhuma diferença pode colocar em xeque aquilo que nos forja como nação, como povo”, justifica o promotor.

Segundo João Linhares, aquele que externa preconceito contra algum grupo por conta da cor da pele, etnia, religião, preferência sexual, procedência nacional ou região do país, por exemplo, incorre no grave delito previsto no art. 20, da Lei n 7.716/1989 e, se o fizer pela imprensa ou redes sociais, a sanção passa a ser de 2 a 5 anos de reclusão e multa.

Postagem feita por um personal trainer de Dourados (Foto: Reprodução)

“Há pessoas que acham que a internet é terra arrasada e sem qualquer limite. Precisamos agir de forma pedagógica, para impedirmos esse tipo de prática proliferem em nossa sociedade”, explicou o promotor à reportagem do Midiamax, ressaltando que “o racismo tem que ser veementemente repudiado e combatido”.

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