Mineiro e douradense de coração, nas horas vagas Roque cuida de árvores e passarinhos
Área de preservação ambiental, quase no centro da cidade, reúne espécies da Mata Atlântica, Cerrado e Floresta Amazônica
Marcos Morandi –
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Acordar com sinfonia de passarinhos na segunda maior cidade do Mato Grosso do Sul é para poucos. O mineiro nascido em Belo Horizonte e radicado há 35 anos em Dourados, Roque Vieira dos Santos, de 61 anos, é um desses privilegiados. Agrimensor, de formação, espeleólogo, pesquisador e ambientalista de ofício, conta as horas para chegar em casa.
O local onde Roque mora com a esposa Ariane e a filha Thais, fica entre a região central da cidade e a BR-163, na Vila Industrial, com 10 hectares de área preservada e até nascente de água, que dá origem a um pequeno lago com tilápias e pacus. “Sou grato a Deus por morar aqui, entre árvores raras, passarinhos e bichos”, conta o mineiro de conversa agradável e sorriso de quem vive de bem com a vida.
Na pequena floresta mantida pelo ambientalista, que trabalha em uma empresa de coleta de resíduos de propriedade de Eduarte Leite Dias, que também é o dono da área, é possível encontrar espécies de quase todas os biomas existentes no Brasil. Algumas delas foram plantadas pelo irmão do empresário, Eliseu Lopes de Oliveira, já falecido, outras trazidas por ele e também pelas aves.
“Isso tudo aqui é um paraíso que precisa ser preservado porque serve de abrigo para muitos pássaros”, conta Roque, que conversou com a reportagem do Midiamax durante uma caminhada entre manacás da serra, espécies da Mata Atlântica, castanheiras da Floresta Amazônica e exemplares do cerrado, como guaviras e gabirobas.
No ‘santuário’ ecológico habitado pelo mineiro, que já viveu no Mato Grosso e também na Bahia, onde deixou uma casa na beira da praia, há um ciclo natural de geração de sementes e produção de mudas que conta com a ajuda dos pássaros. “Temos um banco de sementes de árvores que pouca gente conhece”, diz Roque apontando para um tronco que produz pimenta-do-reino.
A paisagem verde do terreno, de repente contrasta com uma estrutura metálica, com dezenas de placas de energia solar instalada nas proximidades de uma das cercas. A energia consumida na área vem desse sistema, que também ajuda a abastecer mais duas empresas ligadas ao grupo que o ambientalista trabalha.
Além de árvores frutíferas, como pés de jaca, pitanga, manga, caju, mexerica, limão e jabuticaba, entre outras, o mineiro radicado em Dourados também cultiva plantas medicinais espalhadas pelo enorme quintal. “De tudo a gente tem um pouco. Se prestarmos atenção, podemos descobrir que cada uma dessas plantas tem sua finalidade e pode nos socorrer em momentos de necessidade”, relata Roque.
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