Oportunidade para conservar o bioma e obter maior lucro. É cada vez maior o interesse de pecuaristas pantaneiros pela prática da criação e abate sustentável de animais orgânicos, em Mato Grosso do Sul. Em 2019, de acordo com dados da ABPO (Associação Pantaneira de Pecuária Orgânica e Sustentável), foram 3.111 cabeças enviadas às indústrias frigoríficas. No ano seguinte, houve o triplo de abate e, em 2021, foram 39.762 cabeças, um número 12 vezes maior. 

Desta forma, o produtor que aderiu ao Programa Carne Sustentável do Pantanal recebeu cerca de R$ 120 a mais por cabeça. Nestes casos, o governo diminui o ICMS (Imposto sobre Circulação de Mercadorias e Serviços) para aqueles que optam por este modelo de produção no bioma.

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ABPO/Divulgação

O presidente da ABPO, Eduardo Cruzetta, ressaltou que os números representam o “crescente interesse” do produtor pantaneiro em qualificar o seu produto e comunicar isso ao consumidor. Desta forma, o mercado recebe um volume maior de proteína certificada, envolvendo todas as questões ambientais e sociais do Pantanal

O diretor executivo do Instituto Taquari Vivo, Renato Roscoe, informou que esta é uma grande oportunidade de conservação do bioma. “Os pantaneiros desenvolveram por quase 300 anos um sistema de produção em equilíbrio com a exuberante biodiversidade do Pantanal. Valorizar esses sistemas tradicionais significa criar meios para produzir e conservar ao mesmo tempo”, afirmou em entrevista. 

Em 2021, a iniciativa representou cerca de R$ 120 a mais por cabeça no bolso do produtor. “Essa é uma das ações que contribuem para atingirmos o status de carbono neutro nos próximos 8 anos”, argumentou Renato.  

Instituto Taquari Vivo

O Instituto foi criado para contribuir com a preservação do Pantanal e melhorar a viabilidade econômica e socioambiental dos pantaneiros, promovendo iniciativas de conservação nos planaltos e entorno, tendo como foco principal a Bacia do Rio Taquari.