Mãe de bebê que morreu em hospital diz que criança não estava com covid e aguarda laudo do óbito

Ravy não resistiu e morreu na última segunda-feira (25) no município

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bebê
Mãe ao lado da criança no pronto-socorro (Foto: Rerpodução/Folha MS)

A família de Ravy Luiz de Arruda Aldama, de apenas dois meses de idade, nega que o bebê tenha sido diagnosticado com Covid-19 ou doenças cardiopatas congênitas antes de morrer no Hospital de Corumbá, a 426 quilômetros de Corumbá. A família aguarda a assinatura do laudo de óbito.

Segundo a mãe da criança, houve uma espera de duas horas até a morte do filho, além de terem disponibilizado uma maca com cilindro de oxigênio com máscara para adulto, no corredor da unidade. “Nem assinaram o laudo dele atestando o que teria causado a morte dele. Estão dizendo que seria por Covid, mas ele fez o teste e deu negativo. Meu filho não estava engasgado, não fizeram processo algum de desengasgo porque meu filho não estava engasgado”, disse.

O menino foi velado na última terça-feira e a família já registrou o boletim de ocorrência, ressaltando que a morte teria sido elevada por negligência da equipe médica. “Eu cheguei às 18h20 e meu filho morreu às 20h. Agora que ele está enterrado, estão dizendo que ele tinha doenças no coração, mas meu filho fez vários exames quando nasceu e nenhum resultado apontava que tinha doenças no coração”.

A reportagem entrou em contato com a assessoria de comunicação de Secretaria Municipal de Saúde sobre o laudo que aponta a causa da morte e aguarda um retorno. 

Morte de bebê

Um bebê de dois meses de idade morreu na noite desta segunda-feira (25) em Corumbá, a 426 quilômetros de Campo Grande, à espera de atendimento no pronto-socorro do hospital da cidade.

Segundo a família da criança, houve negligência da equipe médica do hospital porque Ravy Luiz de Arruda Aldama esperou durante muito tempo quando seu quadro de saúde era claramente grave. A pai de Ravy diz que ele a esposa clamaram por ajuda várias vezes antes do falecimento.

Conforme relatou ao Midiamax, o drama começou por volta das 18 horas, quando Ravy estava na cama com o irmão, assistindo desenho, e a mulher percebeu que a criança começou a ficar roxa e sem ar. A mãe então saiu para rua com a criança no colo pedindo por socorro.

Conforme o pai, alguns vizinhos encaminharam os dois até o quartel do Corpo de Bombeiros. No local, os militares realizaram os primeiros atendimentos ao bebê e depois encaminharam para o pronto-socorro de Corumbá.

Segundo a família, mesmo com sinais graves o atendimento demorou para acontecer e o bebê ficou numa maca no corredor com cilindro de oxigênio com máscara que seria de uso adulto.

Os profissionais de saúde alegaram que a falta de médico se dava pela troca de plantão. A família então teria conseguido falar diretamente com o profissional, que tentou socorrer o bebê, mas ele não resistiu.

A família agora diz que vai procurar o Ministério Público para denunciar o caso.

Veja nota Secretaria de Saúde de Corumbá na íntegra:

“Inicialmente, a Administração municipal manifesta à família e amigos os mais sinceros sentimentos de solidariedade e pêsames pela sentida perda. Por determinação do prefeito Marcelo Iunes, o caso está sendo apurado e, se necessário, será aberta uma sindicância para apurar o ocorrido.

A Secretaria Municipal de Saúde esclarece que no último dia 25, uma criança foi levada pelos pais ao SAMU. Ao chegar no local a mesma foi prontamente atendida, pelo médico e pela enfermeira de plantão, a mesma estava engasgada e cianótica (com a pele arroxeada). A equipe realizou manobra de desengasgo, ofertou oxigênio e foi transportada em uma ambulância de Suporte Avançado para o Pronto Socorro.

As 18h45, ao chegar no PS, a mesma foi imediatamente encaminhada para a Sala de Emergência, apresentando cansaço, dispineia e saturando 92 em ventilação ambiente. Foi utilizado oxigênio em máscara infantil, realizado exame de Raio-X (momento no qual foi feito o registro fotográfico que circula na internet), coletado RT-PCR para Covid-19, no qual o resultado foi POSITIVO, e acesso venoso para medicação. Às 19hs foi inserido no sistema do Núcleo de Regulação Hospitalar a solicitação de vaga para internação pediátrica.

Às 19h35, ainda em atendimento, a criança teve uma parada cardiorrespiratória e foi entubada. A equipe tentou reanimá-la inúmeras vezes, sendo que 4 médicos prestaram assistência, porém sem sucesso, infelizmente. O óbito foi constatado às 20h10, por insuficiência respiratória, choque e cardiopatia cardiogênica.

Ressalta-se que a criança esteve o tempo todo sendo assistida pela equipe médica e de enfermagem, e que todos os protocolos foram seguidos. A criança esteve a todo momento acompanhado pela mãe

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