‘Lugar perfeito, mas que agora é de tristeza’, diz campo-grandense que esteve em Capitólio pouco antes da tragédia
Ainda muito abalada, ela conta que participou do passeio acompanhada do marido e agora reza pelas vítimas
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As noites de sono para a assistente de educação infantil, Cristina Monteiro, de 34 anos, foram substituídas por insônia e oração pelas vítimas de Capitólio (MG), onde ocorreu o desmoronamento do paredão em um cânion do Lago de Furnas, nesse sábado (8). Ela e o marido estiveram no local, neste último mês de novembro, e carregam o sentimento de luto, imaginando que eles é quem poderiam ter sido as vítimas da tragédia.
Ainda muito abalada com a situação, Cristina conta que ela e o esposo participaram de uma romaria, acompanhados de dezenas de campo-grandenses. “Estive lá há pouco tempo. Foi uma viagem linda e perfeita. Mas, ao sabermos do que aconteceu, ficamos muito tristes. É um dia de diversão que acabou em tragédia para eles [vítimas]. Todas as vezes que vejo as imagens, fico muito chocada”, disse ao Jornal Midiamax.
De acordo com a assistente de educação, desde o ocorrido, quando alguém toca no assunto, ela começa a chorar. “Eu penso nas pessoas, nas crianças que estavam junto e até nos funcionários que estavam ali trabalhando. É um lugar perfeito, mas, que agora é de tristeza para muitas famílias também”, lamentou.
No caso desta viagem, Cristina fala que pagou um pacote com o marido desde o início do ano de 2021. “Todo ano nós participamos da romaria e vamos para Aparecida do Norte (SP) e aí temos um dia de lazer que, neste caso, foi em Capitólio. No dia do passeio, havia 17 pessoas de Campo Grande. Nós estávamos superansiosos para conhecer lá inclusive, porque é realmente um lugar lindo demais”, comentou.
Sobre a rachadura na pedra, Cristina fala que ficou tão encantada com o passeio e, com isso, não percebeu nada. “Jamais imaginei que isso pudesse acontecer lá. No sábado agora, estava em casa quando vi a notícia. Na hora pensei: poderia ser a gente lá. E pensei sozinha: ‘Deus sabe de todas as coisas’. E aí passou um filme na minha cabeça, pois eu fui lá há pouco tempo”, relembrou.
Ainda relembrando o lugar, Cristina comenta a educação e disponibilidade dos funcionários do local. “O pessoal que atende na lancha é muito cuidadoso. Também são muito educados e falavam que tinha lugar que não era possível entrar pelo fato da água estar baixa. Foi no dia 18 de novembro esse passeio e lembro de tudo. Agora só fico pedindo a Deus para cuidar dessas pessoas, dos feridos”.
Por fim, Monteiro diz que o pessoal do grupo de WhatsApp da romaria também está muito abalado e fazendo orações pelas vítimas. “Está sendo bem difícil entender tudo isso. Eu queria que fosse um pesadelo, mas, não é. O pessoal da romaria já publicou luto nas redes sociais, eles tinham bastante contato com os meninos da lancha e também se solidarizam com as famílias”, finalizou.
Desabamento sobre lanchas
O desabamento de uma rocha sobre lanchas, em um cânion do Lago de Furnas, em Capitólio (MG), ocorreu no sábado (8). No outro dia, autoridades locais confirmaram 10 mortes e 32 feridos.
O Corpo de Bombeiros realizou buscas e a polícia também ressaltou que a lancha Jesus é a que teve o maior número de vítimas. O dono inclusive já prestou depoimento e comentou que era parente da maioria das vítimas.
Nesta segunda (10), Corpo de Bombeiros, prefeitura do município, Marinha e Defesa Civil disseram que vão anunciar medidas de prevenção para evitar desastres deste porte.
Na Santa Casa de Capitólio, ainda conforme a prefeitura, 23 vítimas já foram atendidas e liberadas. Já na Santa Casa de Piumhi, 2 pessoas com fraturas também tiveram alta médica, bem como outras 4 pessoas já saíram da Santa Casa de São José da Barra. Na Santa Casa de Passos, dois pacientes permanecem internados, em quadro de saúde estável.
Prefeitura emitiu nota de pesar. Veja na íntegra:
O município de Capitólio expressa profundo pesar em relação ao acidente ocasionado pelo desmoronamento do paredão do Cânions de Furnas, neste sábado dia 08 de janeiro de 2022.
Seguimos buscando apurações sobre a fatalidade referente ao número total de vítimas, realizando uma ação conjunta com os profissionais da Marinha, Bombeiros, Defesa Civil e Santa Casa de Capitólio, contando também com a ajuda de municípios vizinhos.
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