HU alega hiperlotação e não dá previsão para exame com contraste em idoso internado

“Para uma pessoa que trabalhou a vida toda, agora estar em um corredor de hospital esperando um local mais decente”, diz o filho.

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Em estado delicado, idosos passou dias em maca no corredor.(Foto: Fala Povo)

Há cinco dias William Lemes Mello, 26, vive uma verdadeira maratona com o pai internado no Hospital Universitário de Campo Grande. Seu pai, o idoso Ercílio Ferreira Mello, 68, passou quatro dias em uma maca no corretor, foi transferido para um quarto, mas segue no aguardo para fazer um exame de arteriografia.

Ercílio tem diabetes, hipertensão e um ferimento grave no pé que o impossibilita de andar. “Para uma pessoa que trabalhou a vida toda, contribuiu e agora estar em um corredor de hospital esperando um local mais decente e sentindo muitas dores”, desabafou o filho, que passou dois dias de acompanhante sentado na cadeira de rodas do pai, pois não havia local adequado para ele sentar.

Na manhã desta quinta-feira (08), o idoso ficou em jejum até às 13h, conforme orientação do hospital para a realização do exame, que foi cancelado depois das 13h. “Aí eu tive que ir atrás de almoço para ele”, conta o filho. Depois de reclamações internamente, Ercílio foi transferido para um quarto na ala amarela.

Willian afirma que o atendimento melhorou muito, na comparação com o corredor, mas ainda não há previsão para que Ercílio passe pelo exame que precisa. “Quando eu falo aqui que meu pai está mal parece que estou mentindo, mas ele precisa de atendimento adequado”, afirma o filho.

Hospital alega superlotação e falta de contraste

Em nota, a Humap (O Hospital Universitário Maria Aparecida Pedrossian), afirma que a unidade está hiperlotada e que continua recebendo pacientes muito além de sua capacidade contratualizada. Além disso, alega falta de contraste para a realização do exame e, que além de Ercílio, outros 20 pacientes aguardam para a realização do procedimento.

“Quanto ao exame citado, o mesmo necessita de contraste e existe uma escassez do insumo no mercado mundial. O Humap abriu pelo menos três processos licitatórios para aquisição do produto no ano de 2022 (duas tentativas de aquisição por licitação e uma dispensa), todas fracassadas por falta do produto no mercado mundial. Está tentando novamente por dispensa, mas até o momento não tem proposta de nenhum fornecedor. Portanto não tem previsão de compra tão logo. O estoque de contraste das últimas duas semanas já foi obtido através de empréstimos do Hu de Uberlândia. Ninguém mais tem para emprestar. Os critérios de atendimento são definidos pela equipe médica que considera o grau de gravidade das condições de saúde do paciente, sendo que, os casos emergenciais têm prioridade sobre os casos menos graves”.

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