Enquanto impasse não se resolve, prédio do Laboratório Central vazio há 4 anos vira casa para usuários de droga
Prédio pertence ao Governo, mas ainda está sob responsabilidade da Prefeitura
Mariane Chianezi –
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No centro de Campo Grande, um prédio que recebia milhares de pessoas por mês, hoje encontra-se abandonado e serve como reduto de usuários de droga e moradores de rua. Desativado há quatro anos, o prédio que pertence ao Governo do Estado e que um dia sediou o Labcen (Laboratório Central), aguarda procedimentos burocráticos para ser revitalizado.
Enquanto o prédio não tem serventia para o poder público, quem sofre com o abandono são os comerciantes e moradores da Avenida Calógeras, pois os usuários de droga, que antes viviam aos arredores da antiga rodoviária, agora migraram para a região e se espalham em outros imóveis descuidados.
Ao Jornal Midiamax, Jaime, que tem uma joalheria perto do prédio, diz que muitos clientes deixaram de ir na loja por conta dos usuários de droga que vivem nos prédios.
E vivem, literalmente, pois com o prédio abandonado, os moradores de rua arrombaram as grades da porta e tomaram o interior, fazendo do local a sua casa.
“Eles perturbam os clientes, ficam pedindo dinheiro e quando não dão, tentam intimidar. Já cansei de ver os outros comerciantes fecharem as portas aqui por que não aguentam. Esse prédio abandonado só colaborou para essa situação”, disse Jaime.
Carmelo Mendes morava em um sobrado, acima da loja de Jaime, e conta que os usuários de droga que ficam na região já chegaram a escalar árvores para tentar invadir a residência. “Precisei me mudar, não aguentava mais. Essa Calógeras, infelizmente, está largada”, pontua.
Ao lado do prédio do antigo laboratório, um salão que antes era uma lanchonete está de portas fechadas. O relato dos colegas ao lado é de que a proprietária adoeceu com a situação e decidiu encerrar as atividades.
Juraci Sobrinho, dono de uma loja de aviamentos, disse que o fluxo de pacientes que procuravam o laboratório ajudava a impulsionar o comércio local. Mas tudo mudou de uma hora para outra.
“Ninguém aguenta mais, eu ainda estou aqui porque tenho minha clientela, mas quem depende de fluxo de pessoas, fecha. A lanchonete ao lado precisou fechar porque eles [usuários de droga] invadiram esse prédio e passaram a incomodar os clientes”, comenta.
Impasse x abandono
Enquanto a reportagem estava no local, alguns usuários de droga circulavam entre o interior do prédio e a calçada. Em brecha na porta do velho laboratório é possível ver a decadência do interior. Sujeira, garrafas de reagentes, papéis – que seriam documentos – caixa de energia destruída e bancadas arrancadas.
O relato dos comerciantes ao Midiamax é de que em minutos antes, um morador de rua passou com uma mesa nas costas, que certamente era um dos móveis deixados para trás no laboratório, falando aos quatro ventos o destino: “vou vender para o ferro velho”, dizia.
Há uns anos surgiu o boato de que o prédio se tornaria a sede uma nova unidade da Polícia Militar, que ficaria a disposição 24 horas, disse uma comerciante. Mas nada se concretizou. O destino do imóvel só será definido após impasse ser resolvido entre a Prefeitura Municipal e o Governo do Estado.
Conforme a SAD (Secretaria de Estado de Administração e Desburocratização), a propriedade estava aos cuidados do Município, que deve retirar os materiais, documentos, alguns móveis, dentre outros objetos que ainda estão no prédio para que o futuro do local seja definido.
Por sua vez, a Prefeitura Municipal informou que o processo de devolução do imóvel para o Governo está em andamento, já em finalização. O local deve ser revitalizado e usado pela Fundação de Cultura de Mato Grosso do Sul, disse a SAD.
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