Hospital de referência estadual para casos de Covid-19 desde o início da , em março de 2020, o HRMS (Hospital Regional de ) encaminhou ofício à prefeitura de informando que não quer voltar a ser hospital referência no enfrentamento da doença.

A negativa do hospital ocorre em meio a aumento de casos do coronavírus em todo o Estado. Levantamento desta semana revela que em apenas 7 dias Mato Grosso do Sul teve 3,5 mil novos casos da doença.

Quem revela o posicionamento do hospital é o titular da Sesau (Secretaria Municipal de Saúde), José Mauro Filho. Em entrevista ao Jornal Midiamax, o secretário afirmou que o hospital encaminhou ofício à Sesau informando que não quer ser classificado como unidade referência contra a doença novamente.

O envio do documento ocorre enquanto a secretaria de Saúde de Campo Grande analisa o aumento de casos Covid e a evolução da doença, que por enquanto não tem demandado alta significativa de leitos hospitalares.

“Já estamos em tratativas com os hospitais para que haja uma oferta de leitos caso a demanda ocorra. O HRMS está com uma série de situações e nos mandou ofício dizendo que não quer ser referência para a Covid”, explica o secretário.

Ainda segundo José Mauro, o posicionamento do hospital pode até ser seguido por outras unidades de saúde porque “nenhum hospital quer receber Covid”. No entanto, na avaliação dele, em caso de aumento de hospitalizações “temos que colocar a necessidade na frente do interesse de qualquer hospital, temos que colocar um pouco de regra e bom senso”.

O titular da Sesau reforça, contudo, que atualmente os indicadores avaliados pela secretaria, entre eles positividade de casos, quantidade de testes e ocupação de leitos, não indicam que a alta nos registros da doença vai impactar unidades de saúde e exigir planos de contingência como a crise vivida em todo o país durante o auge da pandemia.

“O que existe no momento é que não há essa necessidade de novos Covid, mas continuamos analisando a situação”.

(Divulgação | HRMS)
Hospital não é mais referência contra Covid em MS (Divulgação | HRMS)

HRMS diz que todos os hospitais estão preparados

Diretor-presidente do HRMS, Leite disse ao Jornal Midiamax, por meio da assessoria de imprensa do hospital, que a vacinação massiva em Mato Grosso do Sul é responsável por redução no número de casos graves da doença.

Lívio explica o porquê de o hospital não ser mais referência no enfrentamento da doença e os motivos que justificam o posicionamento encaminhado pela unidade de saúde à Sesau.

“Os respiradores que usamos já foram devolvidos para a Sesau. Nós combinamos que os hospitais iriam absorver cada um os seus casos de Covid e não há necessidade de exclusividade do HR ser referência. Não somos mais [referência], fomos nos momentos mais cruciais da pandemia, mas agora todos estão preparados para receber os casos que hoje são em número muito menos significativos”.

A reportagem também questionou a SES-MS (Secretaria de Estado de Saúde) sobre quais tratativas estão em curso diante do posicionamento do hospital e da alta de casos, e aguarda retorno.

Reflexo da vacinação, ocupação de leitos Covid segue estável

De acordo com o boletim semanal da Covid publicado nesta terça-feira (7), em todo o Estado há 37 hospitalizados em decorrência da doença. São 27 pessoas em leitos clínicos e 10 em leitos UTI. Em relação à semana passada, são cinco novas hospitalizações em todo o Estado, quatro a mais em leitos UTI.

A ocupação global de leitos UTI em Campo Grande segue estável nas últimas três semanas, variando entre 65%, 64% e agora 68%. Confira aqui detalhes do último boletim.

Hospital comemorava referência contra covid

Em julho do ano passado, quando completou 500 dias como hospital referência contra a Covid em Mato Grosso do Sul, o HRMS comemorou o trabalho desenvolvido até ali.

Na época, o hospital informou, em publicação em seu site oficial, que até o início da pandemia eram 39 leitos UTI na unidade, número que saltou para 125 leitos críticos destinados para Covid.

A unidade também comemorava ser o hospital do Brasil com menos letalidade em UTIs, conforme levantamento da AMIB (Associação de Medicina Intensiva Brasileira) à época. “Não há no Brasil hospital como o HRMS, ele acolheu cada sul-mato-grossense e entregou o melhor de seu corpo de assistência, se mostrando eficiente nas suas ações. O que temos hoje em número de leitos e de colaboradores equivale a dois, três hospitais em nossa cidade”, disse o diretor-presidente Lívio em julho do ano passado.