“Ele foi um herói de guerra e também um soldado da paz”, diz neto de expedicionário

Velório marca despedida de familiares e amigos de Januário Antunes Maciel, que lutou na Segunda Guerra Mundial

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Jucicléber, um dos 12 netos do expedicionário (Foto: Marcos Morandi)

Uma vida marcada pela guerra e também pela paz. Assim pode ser definida a trajetória do expedicionário brasileiro Januário Antunes Maciel, um homem nascido em Ponta Porã, na fronteira com o Paraguai e um herói, falecido aos 100 anos em Dourados, onde viveu grande parte da sua vida.

“Meu avô deixa um legado de honra e dignidade. Ele foi um herói de guerra e também um soldado da paz e vai morar para sempre em nossos corações e em nossas memórias”, conta o neto Jucicléber Rosa Maciel, que faz parte do Corpo de Bombeiros de Dourados. “É a minha referência de vida e também minha inspiração”.

Segundo o neto, as histórias contadas pelo avô marcaram sua infância e imprimiram nele o desejo de seguir uma carreira militar. “Decidi entrar para Corpo de Bombeiro como forma de auxiliar a sociedade. “Me inspirei nos bons exemplos dele pensava muito mais nos outros do em sí próprio”, relata Jucicléber à reportagem do Midiamax.

Para o filho Adayde Rodrigues Maciel, de 58 anos, além de valores morais, como dignidade e honra, o `pracinha’ Januário, que lutou na Segunda Guerra Mundial contra os alemães, deixa exemplos de como ser uma pessoa do bem. “Além de um grande guerreiro, foi um bom pai para os cinco filhos e nos ensinou a sempre tratar com respeito o nosso próximo”, conta Adayde, que é sargento da Polícia Militar.

Para a Emily Maciel, de 12 anos, o bisavô sempre foi uma pessoa muito presente na sua vida. “Me lembro quando eu era mais nova eu ficava pulando o muro da minha casa para ir tomar café com ele e conversar. Adora ouvir suas histórias da época da guerra, dos sofrimentos que passou. A gente chorava junto, mas também se divertia muito por que ele era muito brincalhão”, conta a bisneta.

Januário nasceu em 10 de janeiro de 1922 e aos 22 anos, em 1944, integrou como voluntário, o 1º Regimento de Infantaria, conhecido por Regimento Sampaio. Ele participou de batalhas como as de Monte Castello e La Serra pela FEB (Força Expedicionária Brasileira). Era casado com Clotilde Rodrigues Antunes, 83, com quem teve cinco filhos (Carlos, Adayde, Ataíde, Maria e Alcides), 12 netos e 16 bisnetos.

No velório realizado nesta terça-feira (3) na Igreja Evangélica Deus é a Verdade, onde atuou como pastor, quatro soldados do Exército revezavam a guarda solene do expedicionário. O sepultamento de Januário Antunes Maciel, será nesta quarta-feira, às 8h30 da manhã, no cemitério Parque das Primaveras.  “Ele está recebendo homenagens dignas de um grande herói, de um homem de fibra, que nos deixa um legado de honra e dignidade”, relata o sargento Adayde.

Januário nasceu em 1922 e faleceu nesta segunda-feira (2), aos 100 anos (Foto: Exército Brasileiro)

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