Com preço de 0 km nas alturas, dispara procura por ‘populares’ até R$ 30 mil em Campo Grande

Confira quais são os mais buscados pelos clientes nas garagens

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Venda de veículos na avenida Bandeirantes
Venda de veículos na avenida Bandeirantes

Em janeiro de 2022, a venda de veículos usados superou o número de emplacamentos no Brasil. O levantamento da Fenabrave (Federação Nacional da Distribuição de Veículos Automotores) apontou a negociação de 842.751 seminovos, contra o emplacamento de 230.783. Em Campo Grande, a alta demanda por carros usados também foi percebida pelos garagistas da Avenida Bandeirantes.

Na Jetta Veículos, o vendedor André Luís, de 34 anos, sentiu uma procura significativa por carros populares e com preço mais em conta. “As pessoas estão procurando carros R$ 20 a R$ 30 mil. Veículos populares como o Gol, Pálio, Uno e Celta”, explicou.

O garagista explica que um dos motivos da procura é a falta de novos veículos no mercado brasileiro, onde os usados ganham destaque e valorização. “Não tem matéria-prima para fazer carro novo. O preço dos novos disparou e os usados acompanharam. O que mantêm a cadeia de vendas e o veículo zero quilômetro. Antes da pandemia eu vendia um Renault Logan 2007 a partir de R$ 16 mil. Hoje ele sai a R$ 22,5 mil”.

Clientes têm procurado veículos populares de até R$ 30 mil (Foto: Leonardo de França / Jornal Midiamax)

 

Para 2022, o diagnóstico para o setor como um todo é visto como positivo. “Comparado com janeiro de 2021, vendemos mais no mesmo mês em 2022. A tendência é melhorar”, comentou.

Sem veículos novos no mercado

Na Federal Car, o vendedor Thiago Escobar, de 31 anos, vivencia a mesma demanda do mercado. “Os clientes estão procurando carros populares, na média de R$ 15 a R$ 35 mil. Completo ou pelo menos com ar-condicionado. Os mais procurados são o Gol, HB20, Onix, Corsa Classic, Pálio e o campeão de vendas, o Uno”, explicou.

Com 11 anos de profissão, o vendedor enxerga o atual cenário como promissor para a venda de usados, por conta da falta de oferta dos novos. “Não tem carro novo. Um amigo comprou uma caminhonete zero quilômetro e pediram 180 dias para entregar o veículo. Demorou 6 meses para chegar e ele teve que pagar R$ 39 mil a mais”, explicou.

O garagista explica que as vendas de janeiro foram regulares, mas com um lucro maior. “Vendemos um número menor de veículos, mas a rentabilidade financeira foi maior”, detalhou.

Financiar ficou mais fácil  

Algumas quadras à frente, a vendedora da Black automóveis, Gabriele Fluhr, de 23 anos, detectou uma mudança no comportamento dos clientes. “Não tem um modelo específico, mas sim os populares como um todo, porque os novos aumentaram o preço. Com o valor de R$ 50 mil o cliente compraria um Uno Vivace zero. Com o mesmo valor ele consegue comprar um modelo superior e bem conservado, como um Chevrolet Cobalt”, explicou.

As mudanças no financiamento também facilitaram a venda de veículos seminovos, deixando uma boa expectativa para 2022, mas com uma certa cautela. “A taxa de financiamento é bem mais em conta para carros usados. Hoje em dia tem muito banco financiando para score baixo. Janeiro foi muito bom, me surpreendeu. Tenho um pouco de receio, mas acredito que o ano vai ser bom”, finalizou Gabriele.

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