Com 32 vacinas à disposição, Saúde de MS tenta combater o ‘ver para crer’
Para o setor, um dos principais desafios é reverter o pensamento de quem precisa ver os efeitos das doenças para crer na eficácia das vacinas
Clayton Neves –
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Além da vacina mais famosa e comentada dos últimos dois anos, a da covid-19, o sistema público de saúde de Mato Grosso do Sul lista pelo menos 32 outras doses disponibilizadas de graça em todas as unidades básicas de saúde do Estado. Para o setor de saúde, um dos principais desafios é reverter o pensamento de quem precisa ver os efeitos das doenças para crer na eficácia das vacinas.
“As pessoas só tendem a buscar pela imunização quando estão diante de um surto ou quando veem algo ruim acontecer. Quando isso não acontece, há uma falsa sensação de que a doença não existe”, explica Ana Paula Rezende Goldfinger, coordenadora de vigilância epidemiológica e gerente de imunização da SES (Secretaria Estadual de Saúde).
Como exemplo do efeito ‘ver para crer’, Ana Paula faz análise entre a fase inicial e o atual momento da pandemia em Mato Grosso do Sul. “Quando ainda não tinha vacina as pessoas ligavam em desespero e até se ofereciam para pesquisas. Quando as doses chegaram, a aceitação foi muito boa, mas, com o passar do tempo, o número de óbitos caiu e o assunto perdeu um pouco de força na mídia, com isso, houve queda na procura pela vacinação”, comenta.
Conforme o calendário nacional de vacinação, a rede pública de saúde disponibiliza 17 vacinas para crianças, sete para adolescentes, cinco para adultos e idosos e três para gestantes. A primeira delas, a BCG, é aplicada logo após o nascimento e protege contra formas graves de tuberculose.
No decorrer da vida, as vacinas gratuitas aumentam a proteção contra doenças como hepatite B, tétano, difteria, meningite, febre-amarela, diarreia por rotavírus, sarampo, rubéola, caxumba, coqueluche e poliomelite, a chamada paralisia infantil. Todos os anos ainda são feitas campanhas de imunização contra a Influenza.
“Nesta pandemia foi evidente que a queda da gravidade e de óbitos aconteceu por conta da vacinação. Ficou óbvia a importância de se proteger e que nossas vacinas são seguras. Não houve qualquer sequela grave ou óbitos comprovados que estivessem associados à vacina. Tudo foi dentro do esperado”, finaliza Ana Paula Goldfinger.
Atualmente, o Brasil enfrenta ameaça de volta da poliomielite ao País em razão da baixa vacinação contra a doença, erradicada desde 1989. A cobertura vacinal entre crianças de 1 a 4 anos em Mato Grosso do Sul é de 28%, ou seja, do público estimado em 57,4 mil crianças, apenas 16,3 mil foram vacinadas. A meta estabelecida pelo Ministério da Saúde é de 95%.
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