Mato Grosso do Sul libera vacinação de crianças de 3 a 5 anos com Coronavac

Municípios podem iniciar imunização de 87 mil crianças com doses de Coronavac em estoque; Campo Grande define data na segunda

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Vacina Coronavac | Foto: Agência Brasil | Reprodução

Municípios de Mato Grosso do Sul já podem vacinar crianças de 3 a 5 anos com a Coronavac, imunizante contra Covid-19 fabricada pelo Instituto Butantã, em parceria com o laboratório Sinovac, após o Ministério da Saúde orientar a aplicação com os estoques remanescentes do imunizante, na última sexta-feira (15).

De acordo com o titular da SES (Secretaria de Estado de Saúde), Flavio Britto, os estoques de MS são suficientes para iniciar imediatamente a imunização da nova faixa etária, estimada em 87 mil pessoas, e também aguarda novas remessas. “Já tínhamos estoque para iniciar a aplicação, mas estávamos no aguardo de uma orientação quanto à dosagem”, pontuou.

Britto destacou, ainda, que o início da aplicação já pode ser imediato. Na manhã deste sábado, o gestor deliberou com a presidente do Cosems (Conselho de Secretarias Municipais de Saúde), Maria Angélica Benetasso, a publicação da portaria autorizativa com base na norma técnica do Ministério da Saúde, conforme reiterou ao Jornal Midiamax.

Reunião na segunda-feira

Apesar da orientação do Ministério da Saúde, o início da aplicação da Coronavac em crianças de 3 a 5 anos em Campo Grande ficará para semana que vem – na segunda-feira (18), uma reunião da Sesau (Secretaria Municipal de Saúde) deve definir o início da nova etapa da campanha.

A Coronavac é o primeiro imunizante contra Covid-19 a ser utilizado para imunizar crianças com menos de 5 anos no país, após aprovação unânime da Anvisa. Até então, dose pediátrica da Pfizer e a própria Coronavac já eram utilizadas para público infantil com mais de 5 anos.

Nova remessa pode demorar

Ao recomendar que sejam utilizados os estoques existentes nos Estados e municípios, o Ministério da Saúde também afirmou que segue em tratativas para aquisição a de novas doses e que anunciará um cronograma para entrega de doses adicionais aos Estados.

Porém, de acordo com o secretário estadual de Saúde de São Paulo, Jean Gorinchteyn, o Instituto Butantan – fabricante do imunizante e responsável pela distribuição no Brasil – há poucas doses do imunizante para o novo grupo.

Gorinchteyn pediu para que esses lotes sejam reservados para quem ainda não completou o esquema vacinal, ao menos em São Paulo. Acerca de doses vindas da China, no entanto, o secretário relatou que a importação poderia demorar até 45 dias.

Até o momento, o Rio de Janeiro foi um dos poucos municípios a anunciar cronograma para vacinar a nova faixa etária. Na capital carioca, crianças de 4 anos já puderam receber a primeira dose da Coronavac nesta sexta.

Aprovação na Anvisa

A Coronavac já era aprovada para crianças e adolescentes de 6 a 17 anos no Brasil. Na ocasião da aprovação, o Butantã já havia pedido liberação para o público de 3 a 5 anos. Porém, a Anvisa considerou que os dados apresentados ainda eram incipientes.

A avaliação técnica para ampliação do público, ocorrida nesta semana, levou em consideração novos indicadores, dentre eles, estudo de efetividade realizado no Chile, que mostrou 55,06% de efetividade da Coronavac na prevenção de hospitalização de crianças de 3 a 5 anos.

A sugestão da área técnica é para que a aplicação da Coronavac ocorra em crianças de 3 a 5 anos que não sejam imunocomprometidas (como crianças em tratamento para câncer ou transplantadas). A dosagem para essa faixa etária deve ser a mesma da de adultos e o intervalo entre as doses, de 28 dias.

A vacinação de crianças menores de 5 anos já ocorre em outros países, como os Estados Unidos, que liberaram o uso emergencial das vacinas da Moderna e da Pfizer em bebês a partir de 6 meses de idade. No Chile, a Coronavac é aplicada desde dezembro do ano passado em crianças a partir de 3 anos. China e Hong Kong também aplicam a Coronavac em crianças menores de cinco anos.

* Atualizada às 8h45 para acréscimo de informações

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