Atleta e apaixonada por skate, a campo-grandense Edduarda Grego foi uma das 10 finalistas do Campeonato Brasileiro de Skate Feminino de 2017, junto com a atual medalhista das Olimpíadas de Tóquio, Rayssa Leal, que na ocasião ficou em primeiro lugar. O evento, ocorrido em fevereiro de 2018, classificou Edduarda na 9ª colocação, em disputa pelo prêmio nacional.

Hoje, depois de três anos do encontro com a campeã olímpica brasileira, Edduarda só tem admirações pela garota de 13 anos, a brasileira mais nova a conquistar uma medalha nas Olimpíadas. A atleta de Campo Grande revelou ao Jornal Midiamax como foi participar da disputa ao lado da menina, que na época já tinha fama.

“A gente se viu em São Bernardo do Campo (SP), em 2018. Eu fui a única representante do Mato Grosso do Sul. Já conhecia a Rayssa como fadinha. Tirei uma foto com ela lá. Eu fiquei com vergonha de conversar com ela na época. Mas ela foi muito simpática e tirou uma foto comigo”, contou Grego.

A skatista da Capital comenta que sempre teve admiração pela atleta maranhense e que gostava muito de vê-la praticando manobras diferentes e ousadas com skate. Edduarda disse que em 2018, na realização do evento, muitos já conheciam Rayssa e suas habilidades, que eram de um nível superior às outras atletas.

O campeonato nacional foi um dos momentos em que Edduarda teve muita satisfação pelo trabalho que realiza. Atualmente, ela tem uma filha e não participa mais como atleta de alto rendimento. Hoje, prefere dedicar-se a praticar o esporte por lazer e organizar alguns eventos no Estado, relacionados à modalidade.

“Hoje, eu participo de campeonatos locais. Também organizo alguns eventos aqui no MS, como o Pantaneiras Skate Girls. Nesse grupo, a gente faz eventos que têm premiações para as meninas que realizam manobras legais. Ai, a gente dá prêmios como camisas e até skates”, disse Grego.

Desafios do esporte

Um dos desafios, segunda Edduarda, é a busca por um circuito estadual que organize as competições e as atletas do Estado, o que não existe atualmente. Edduarda afirmou que os maiores estímulos para o esporte local são de empresários simpatizantes da causa, que também são skatistas.

Ela também comentou que hoje, se uma garota do MS quiser ir para as Olimpíadas, não há circuito para representá-la, pois as gestões governamentais não promovem incentivos à modalidade no Estado.

“Nós já falamos com o prefeito e estamos tentando organizar um circuito municipal. Houve sinalização positiva sobre a ideia. Com um circuito local, a gente consegue um título para usar e atribuir aos campeões daqui”, destacou.

Como referência para o Skate no Brasil, Rayssa Leal gerou uma onda de inspiração e busca por aperfeiçoamento de garotas que se espelham na atleta. Na Capital, já têm muitas querendo saber como andar de skate e fazer manobras desafiadoras, que procuraram Edduarda para aprender.

“Eu dava aula de skate. Hoje eu abri meu WhatsApp e apareceu um monte de pessoas querendo aulas. Agora tem muita gente querendo praticar. Antes, o pessoal via como uma prática de vândalos. A vitória da Rayssa é o significado de deixar de marginalizar as meninas skatistas”, refletiu.