Com 70% da população adulta imunizada contra a covid, Nova Iorque, nos Estados Unidos, já pode ‘respirar' um pouco de normalidade. No domingo (20), a banda de rock Foo Fighters realizou show histórico para 15 mil pessoas vacinadas. O momento foi marcado com queima de fogos e muita celebração. Por aqui, pelo menos por enquanto, ficamos só na inveja mesmo.

Para a infectologista Mariana Croda, que também é docente na (Universidade Federal de ), consultora da OPAS (Organização Pan-Americana de Saúde) e COE (Centro de Operações de Emergência), o retorno à normalidade depende de uma combinação de fatores.

“Neste momento, Mato Grosso do Sul vive período de alta incidência da doença. Não conseguimos fazer as coisas isoladas, não adianta vacinar e manter alta circulação viral. A receita é diminuir a incidência da doença enquanto avança com a vacinação”, explica.

A especialista explica que esse momento tão sonhado por todos deve chegar quando tivermos de 70% a 80% da população imunizada e após o período de 15 a 30 dias da 2ª dose, que é quando a vacina atinge sua eficácia.

“Somente assim conseguiria pensar em voltar à normalidade. Mas, nós ainda avaliamos outros indicadores, temos taxa de positividade altíssimo em testes PCR, principalmente em Campo Grande”, observou.

Além disso, com parte dos idosos imunizados, a pandemia entrou num momento em que há aumento de mortalidade entre as pessoas abaixo dos 60 anos, que passaram de 24,5% das mortes para 35,8% de janeiro a junho, conforme reportagem publicada na segunda-feira (21) pelo Jornal Midiamax.

Para uma previsão, a infectologista é cautelosa. “Não temos perspectiva e falar até fim do ano [voltar à normalidade] é temeroso, pois temos a circulação de novas variantes, como a indiana, que causou grande impacto”, pontua. Conforme o ‘vacinômetro' da SES (Secretaria Estadual de Saúde), foram vacinadas pouco mais de 1 milhão de pessoas com a 1ª dose. Entretanto, o ritmo de vacinação da 2ª dose continua lento e apenas 14,44% da população foi contemplada.