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Cotidiano

Procurador do MPT tem 30 dias para decidir sobre funcionário humilhado no Carrefour em Campo Grande

Procedimento pode virar inquérito civil ou ser arquivado
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Cena de humilhação foi denunciada por perfil do TikTok
Cena de humilhação foi denunciada por perfil do TikTok

O caso do funcionário humilhado pela gerente do setor de eletro do Carrefour, que ganhou repercussão nacional na semana passada, está nas mãos do procurador do (Ministério Público do Trabalho de Mato Grosso do Sul), Hiran Sebastião Meneghelli Filho, que tem 30 dias para definir o destino do processo.

A notícia de fato (denúncia) deu entrada no MPT-MS na sexta-feira (26), um dia após vídeo flagrando o assédio ganhar repercussão. Agora, o processo foi encaminhado ao procurador, que já abriu procedimento preparatório para o caso.

Isso significa que o órgão inicia investigações sobre o caso e o procurador Hiran deverá decidir, no prazo de 30 dias, que pode ser prorrogado por mais 90 dias, se o procedimento será convertido em inquérito civil ou arquivado.

Agora, o procurador vai definir os próximos passos da investigação e levantar mais informações para decidir sobre o caso.

Repercussão

Viralizou nas o vídeo em que um funcionário do setor de eletro do Carrefour de é humilhado pela gerente do setor. O trabalhador é obrigado a se ajoelhar e esfregar o chão da loja, enquanto é fotografado pela supervisora. O caso foi denunciado pelo perfil “humilhadocg”, no TikTok.

Conforme o relato do perfil, a gerente teria tirado uma foto do rapaz, enquanto limpava o chão e teria enviado a imagem para a diretora, quando teria dito que o rapaz “não limpa a casa dele”.

O Carrefour informou que afastou a supervisora do cargo e que está apurando internamente o ocorrido.

Subnotificação de casos de assédio

Levantamento publicado pelo Jornal Midiamax mostra que o grande problema desse tipo de situação é chegar à Justiça para a devida punição dos responsáveis.

Segundo o MPT-MS, nos últimos cinco anos, a instituição registrou 461 denúncias, firmou 26 termos de ajustamento de conduta e ajuizou 19 ações relativas aos temas. Isso significa que são cerca de 92 denúncias por ano, sendo que muitas sequer chegam a virar inquérito.

As estatísticas mostram que, de 1º de janeiro a 27 de outubro deste ano, foram registrados 52 procedimentos no órgão que se dividem entre inquérito civil e notícias de fato (quando denúncias são analisadas para apurar se irão virar processos). O número já está acima da média mensal de 2020, quando foram 54 procedimentos abertos durante todo o ano. Em 2019, foram 67 investigações.

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