‘Pela democracia’ e ‘contra Bolsonaro’, Grito dos Excluídos também sai às ruas em Campo Grande
Realizado há 27 anos, manifestação tradicional ‘aglomera’ pautas da esquerda
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Contra o desmonte das instituições, em defesa da democracia, pela distribuição de renda e, principalmente, contra o governo de Jair Bolsonaro (sem partido), o Grito dos Excluídos chegou à 27ª edição em Campo Grande — na mesma data em que milhares também foram às ruas em defesa do atual presidente, fazendo deste 7 de setembro um dia de contrastes.
Com concentração marcada para as 15h, a passeata, que tem como lema “Na luta por participação popular, saúde, comida, moradia, trabalho e renda, já!”, saiu da Praça Ary Coelho, na região central, e subiu a Rua 14 de Julho.
O percurso prevê passar pela Rua Antônio Maria Coelho, retornando pela Rua Pedro Celestino e com dispersão na Praça do Rádio, na Avenida Afonso Pena — local em que mais cedo foi a concentração das manifestações em defesa do governo Bolsonaro.
O verde-amarelo, a fusão de cores que é largamente utilizada pelos manifestantes de direita, também esteve presente na “ala de oposição”, por assim dizer, como forma de reivindicar um Brasil para todos. O grupo, porém, ostentava diversas cores, do vermelho ao preto, passando pelo arco-íris, empunhadas por sindicalistas, trabalhadores, lideranças indígenas, LGBTQIA+, mulheres e integrantes de outros movimentos sociais.
Como a doula Aryadne Benites, de 24 anos, que carregava nos braços a filha de 2 anos e 7 meses, Flor. “Estamos aqui defendendo nossos direitos, os meus e o dela, como mulheres. A gente já tem costume [de ir a manifestações], inclusive, o primeiro protesto ‘Fora Bolsonaro’ que ela participou foi dentro da minha barriga, em 2018”, conta a doula.
A 27ª edição do Grito dos Excluídos tem esse sabor de retomada. Com os índices da pandemia mais favoráveis ao controle do coronavírus, mais gente deixou suas casas rumo às ruas.
“Este é o nosso retorno”, declarou Aryadne, que falou temer eventuais tumultos, mas que conta com apoio de amigos. “Esperamos que nada aconteça”, diz.
Aos 21 anos, o técnico em eletrônica e represente estadual da UJS (União da Juventude Socialista) compareceu ao ato para defender o protagonismo da juventude nas reivindicações por direitos.
“Acreditamos que a juventude chegou no momento ápice do país. Por diversos anos, ela não se posicionou politicamente, tivemos essa deficiência. E política está em tudo, do médico ao professor”, disse o rapaz, que também criticou a redução dos investimentos em educação, sobretudo nas universidades.
Acadêmico de direito, Bryan Dias, de 21 anos, compareceu à praça Ary Coelho como representante da Comunidade Indígena Marçal de Souza, do bairro Tiradentes.
“Sabemos que hoje era pra ser um dia diferente, no qual estaríamos comemorando a independência. Mas, o ‘desgoverno’ nos obriga a voltar a reivindicar nossos direitos, as demarcações de terras, a educação de qualidade, o direito às vacinas, principalmente a quem não teve acesso. Quando a gente reivindica por todos esses direitos, a gente recomeça a ocupar os lugares. É nosso retorno”, detalhou.
Do interior
Diferente do evento bolsonarista da manhã desta terça-feira, o Grito dos Excluídos não tem uma pauta unificada. Historicamente, o movimento é um palanque para que diversos movimentos integrantes de minorias expressem suas reivindicações. O cenário político, porém, traz em uníssono a rejeição do presidente Jair Bolsonaro, que é acusado de genocídio, dentre outros crimes.
Sindicalista e enfermeira, Cléo Gomes, de 41 anos, trouxe em punho protestos contra a PEC 32, que prevê a polêmica reforma no funcionalismo público. Mas, a enfermeira também acolhe as demais pautas.
“Estamos aqui, principalmente, em defesa da democracia e, por isso, viemos integrar o grupo”, afirmou.
A manifestação tradicional também trouxe à Capital representantes de movimentos sociais e sindicais de diversas regiões do Estado. A professora Maria Diogo, de 55 anos, foi uma delas, e veio à Capital com mais quatro dezenas de manifestantes de Três Lagoas.
“Estamos aqui por mais um ano em luta contra a política de desmonte da educação pública. E, sobretudo, para dizer que fazemos a defesa da democracia. Queremos vacina, comida no prato e saúde pública para todos. Viemos aqui para reiterar independente de governos. Governos passam, mas nós temos que estar nas ruas defendendo o que a gente acredita”, pontuou.
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