A crise financeira ocorrida por conta da pandemia do coronavírus, fez com que diversas pessoas tivessem ruas rendas afetadas e as vezes até perdessem o emprego. Sem conseguir um serviço da sua área de formação, Gabriel Mendes decidiu trabalhar como motorista de mobilidade urbana para ganhar o sustento dele, da mulher e do filho de oito anos. 

Acontece que após oito meses ‘rodando', Gabriel, que é vigilante formado na área de escolta armada, ficou sem saída e precisou devolver o veículo que usava para a locadora. “Eu tive um problema com o repasse da empresa para a locadora. Repasse esse que acontece automaticamente do saldo do aplicativo”, contou ele ao Jornal Midiamax.

Com uma pendência de R$ 455, Gabriel não conseguiria pagar dois aluguéis, já que a cobrança é feita semanalmente. Segundo ele, a empresa de mobilidade urbana não soube informar o motivo do problema, mas alegou que houve o repasse. “Durante 30 dias após o atraso mantive o pagamento das semanas seguintes em dia, com o desconto automático do saldo”, disse.

Depois desse tempo, a empresa, que é uma das pioneiras no ramo, ressarciu Gabriel, mas depois retirou o saldo que havia repassado explicando que houve um erro no depósito. “Me devolveram só R$ 90 do valor que era pra ser de R$ 455”, contou ele.

Se não bastasse o problema com a empresa do aplicativo, a locadora bloqueou a manutenção do carro, que estava apresentando algumas falhas. “Como eu não tinha dinheiro para a manutenção e também por eu já pagar um valor que incluía a manutenção, eu fiquei com o carro sem ter o que fazer”, lamentou Gabriel.

Para piorar a situação, o motorista de aplicativo disse que um passageiro fez uma denúncia e ele foi bloqueado do aplicativo, ficando sem ter como rodar. “No mesmo dia entreguei o carro. Fui vencido pelo cansaço, pois tentei negociar a dívida com a locadora várias vezes tentando pagar parcelado no cartão de crédito pois era a única forma que eu conseguiria”, comentou.

 Gabriel explicou que ficou com uma dívida no valor de cerca de R$ 1 mil, que será descontado da caução do aluguel. “Estou sem renda, minha esposa que está bancando as contas, mas não está conseguindo, estamos com o aluguel [da casa] atrasado”, revelou. Ele também disse que está tentando financiar um carro para poder trabalhar como motorista de aplicativo. 

Assim como Gabriel, vários outros motoristas de aplicativo tem enfrentado problemas com a ocupação. O preço da nas alturas, valores exorbitantes das taxas cobradas pelos apps e a diminuição do número de corridas têm feito os motoristas deixarem de trabalhar porque a atividade não está compensando.