O começo da pandemia, apesar do medo generalizado por motivos óbvios, trouxe naturalmente uma expectativa positiva para alguns negócios muito específicos, dentro também de um contexto específico. O comércio de bicicletas, principalmente o de bicicletas elétricas, um fenômeno recente em Campo Grande, teve melhora tímida no último um ano e meio, mas teve, segundo os empresários do ramo.

A imposição do distanciamento e o receio de pegar ônibus lotado ou até carros de aplicativo foram o motor que impulsionou muitas pessoas a aderirem às bikes.

Segundo o empresário Gilmar Elias Batista, que trabalha com marcas exclusivas e um pouco mais caras, houve sim um aumento nas vendas.

“Houve um estouro de vendas, tanto de bikes quanto de peças e manutenção. Vendo uma única marca de bicicleta elétrica com pedal assistido e quando chega já tem comprador esperando”.

Bruno Araújo, dono de uma loja especializada em bicicletas elétricas na Avenida Coronel Antonino, disse que a procura aumentou bastante, mas não se traduziu necessariamente em vendas. “Muita gente vem, tem interesse, mas, na hora de comprar, o banco não aprova. Acho que é por causa da crise também”, lamenta o comerciante.

Segundo Bruno, são vendidas cerca de 50 bicicletas elétricas por mês. “Muita gente cita sim essa questão da covid como motivo para estar comprando comigo”.

Já Assuana Vargas acabou de vender suas últimas quatro bikes elétricas. Ela conta que fez um investimento maior nelas no começo da pandemia já prevendo que haveria um aumento. As vendas não decepcionaram, mas também não superaram as expectativas.

“Tivemos muitos problemas com o pós-venda, porque falta mão de obra, daí o cliente compra e depois pode se frustrar com manutenção”.