Insuportável: Mau cheiro de empresa vira triste rotina para quem mora no Parque do Lageado
Imagine conviver com o cheiro forte de carniça e outros materiais em decomposição quase todos os dias. O odor causa dores de cabeça e até leva moradores ao atendimento no posto de saúde. Parece desesperador, mas esta é a rotina de moradores de seis bairros de Campo Grande. Moradores do Dom Antônio Barbosa, Parque do […]
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Imagine conviver com o cheiro forte de carniça e outros materiais em decomposição quase todos os dias. O odor causa dores de cabeça e até leva moradores ao atendimento no posto de saúde. Parece desesperador, mas esta é a rotina de moradores de seis bairros de Campo Grande.
Moradores do Dom Antônio Barbosa, Parque do Sol, José Teruel Filho, Parque do Lageado, Jardim Colorado e Pênfigo têm uma rotina impregnada pelo mau cheiro, literalmente. Na região, os moradores têm até vergonha de receber visitas em casa, já que muitas vezes os amigos e familiares sequer aguentam permanecer até o final do dia.
Foi o que aconteceu com o comerciante Cristiano Faro, de 43 anos. Ele tem uma padaria no bairro Parque do Lageado e conta que os moradores do bairro não tiveram opção a não ser se acostumar com o odor. Porém, mesmo para quem vive no bairro há muito tempo, quando chove ou faz muito calor, a situação beira o insuportável.
“Minha cunhada veio me visitar, veio me ajudar aqui na padaria, mas ela não aguentou o cheiro forte. Ela passou mal e teve que ir embora”, lamenta o comerciante. Ele explica que o fedor também fica mais intenso a depender da direção dos ventos.
A vendedora Renata Rodrigues, de 27 anos, nasceu no bairro, mas saiu do Lageado para morar no Guanandi, onde viveu por 13 anos. Agora, ela retornou ao bairro onde vivia com os pais e diz que se surpreendeu com o cheiro. O bairro fica próximo ao aterro sanitário, localizado na BR-262 e a uma fábrica de fertilizantes.
“O lixão sempre esteve ali, mas não era um cheiro tão forte assim. Acho que o odor vem da fábrica de fertilizantes, quando eles reviram o adubo, o cheiro vem mais forte”, diz. Conforme relatos dos moradores, o odor fica mais intenso principalmente durante a tarde.
Os moradores dos bairros atribuem o mal cheiro a uma fábrica de fertilizantes próxima. Eles afirmam que antes da chegada da empresa, o odor não era tão intenso, mesmo com a presença do aterro sanitário na região. O presidente da associação de moradores do Lageado, Ronny Leão afirma que já foi feita uma visita na empresa de fertilizantes e no aterro, para verificar qual seria a origem dos problemas. Porém, ele aponta que a causa do mau estar nos moradores do bairro seria, de fato, originado pelo adubo produzido na empresa.
A dona de casa Rosimeire Cardoso, de 38 anos, afirma que trabalhava no lixão e que se mudou para o bairro Lageado há 22 anos. “O cheiro não era tão forte, não era do lixão”.
A promotora de vendas Viviane Rodrigues dos Santos, de 29 anos, diz que já foi parar no posto de saúde por cinco vezes, por conta do odor forte no bairro. Apesar de alguns moradores estarem quase habituados ao transtorno, ela não consegue se acostumar com o pesadelo de conviver com o cheiro ruim dentro de casa. “Há dois anos já teve até paralisação dos moradores, na BR-262, em frente à empresa de adubo”, relembra.
O que diz a empresa
A empresa de fertilizantes apontada como a causa do transtorno aos moradores é a Organoeste. O gestor da empresa, Flávio Pereira, conversou com a reportagem do Jornal Midiamax e discorda da posição dos moradores. Ele ainda disse que a empresa está aberta para visitas, caso ainda acreditem que é a causa do mau cheiro.
“A nossa empresa não é uma perfumaria, trabalho com resíduos. A gente recebe o resíduo faz o tratamento e não existe um cheiro que comprometa os bairros”, disse.
Pereira cita que a empresa de fertilizantes fica próxima ao aterro sanitário e da rede de tratamento de esgoto. “Aquela região é uma região que provoca odores. É muito simplista querer determinar que uma empresa, que alguém seja responsável”.
O gestor da empresa diz que as primeiras reclamações sobre o cheiro nos bairros aconteceram quando a Organoeste ainda não existia. Pereira diz que a empresa de fertilizantes está no local desde 2012, mas as reclamações de cheiro teriam começado há cerca de quatro anos.
“O meu processo acontece 24 horas por dia, não existe um momento que eu faça alguma coisa. Eu faço as mesmas coisas o dia inteiro. Se fosse um cheiro provocado pela empresa, o cheiro seria o dia inteiro”. O gestor da empresa disse que moradores entraram, individualmente, com processos contra a empresa, com pedido de indenização pelo transtorno.
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