IBGE implanta estação de monitoramento geodésico na Embrapa em Campo Grande

Em Campo Grande, a nova estação da RBMC está localizada na Embrapa Gado de Corte

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O IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística) implantou mais um vértice geodésico da RBMC (Rede Brasileira de Monitoramento Contínuo) em Mato Grosso do Sul. Instalada em Campo Grande, a nova estação contou com a cooperação e infraestrutura da Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária (unidade Embrapa Gado de Corte).

A RBMC é a estrutura de referência tridimensional mais precisa do país e possui aplicações práticas diversas, dentre as quais se destacam o georreferenciamento de imóveis rurais, agricultura de precisão, posicionamento e navegação. Os resultados gerados pela rede também são utilizados em aplicações científicas, como Modelagem da Ionosfera, modelos numéricos de previsão do tempo, geodinâmica, entre outros.

De acordo com o analista de planejamento, gestão e infraestrutura em informações geográficas e estatísticas do IBGE, Emerson Magno Nantes, os usuários poderão acessar os dados gerados pela estação para processar seus trabalhos de campo com maior precisão e para realizar levantamentos em tempo real, a partir da conexão via internet à estação. “Esta estação é um vértice da Rede Brasileira de Monitoramento Contínuo e tem precisão centimétrica. Significa que pode ser usada por toda a comunidade para amarrar trabalhos topográficos, geodésicos, calibração de equipamentos, entre outros”, explica.

Atualmente, o estado de Mato Grosso do Sul conta com 11 estações RBMC, são elas: CORU (Corumbá – UFMS), MSBL (Bela Vista), MSAQ (Aquidauana), MSDR (Dourados), MSJR (Jardim), MSMJ (Maracaju), MSMN (Mundo Novo), MSNV (Navirai), MSPM (Porto Murtinho), MSPP (Ponta Porã) e, a mais nova, MSGR (Campo Grande – Embrapa) em fase de teste. No Brasil, a rede possui um total de 148 estações, contando com a de Campo Grande.

Para o chefe geral da Embrapa Gado de Corte, Antônio Ferreira Rosa, a parceria firmada com o IBGE trará diversos benefícios para a população de Mato Grosso do Sul. “Nós somos usuários de informações do IBGE há muito tempo. Ficamos satisfeitos com essa parceria, porque isso vai contribuir com a agricultura e pecuária de precisão e, também, com o desenvolvimento de diversos setores da economia do nosso estado”, comenta.

Toda a sociedade poderá ter acesso aos dados da nova estação MSGR, a partir de sua publicação, prevista para final de janeiro/2022, por meio da página da RBMC, no portal IBGE, ou direto pelo repositório online geoftp. A nova estação também estará disponível para o posicionamento em tempo real no serviço RBMC-IP e fará parte da rede SIRGAS-CON, uma rede de cobertura continental, onde será processada diariamente pelos Centros de Processamento SIRGAS.

O tratamento dos dados ocorre no Centro de Controle Engenheira Kátia Duarte Pereira, no Rio de Janeiro. Diariamente, os dados de todas as estações são processados para avaliação da qualidade e verificação das coordenadas. São disponibilizados aos usuários diariamente às 8h00 da manhã, em arquivos diários, com intervalo de coleta de 15 segundos de todas as estações. Além disso, 26 estações disponibilizam dados com intervalo de coleta de 1 segundo, com arquivos a cada 15 minutos. A nova estação MSGR (Campo Grande – Embrapa) fornecerá dados com os dois intervalos de coleta, de 15 segundos e de 1 segundo.

Sobre a RBMC

Em operação desde 1996, a Rede Brasileira de Monitoramento Contínuo (RBMC) foi a primeira rede desta natureza implantada na América do Sul. Atualmente, representa o elo com a estrutura geodésica continental do Sistema de Referência Geocêntrico para as Américas (SIRGAS). A implantação, manutenção e operação da rede são conduzidas pelo IBGE, com o apoio de diversas instituições públicas de todo o país, dentre as quais o Instituto Nacional de Colonização e Reforma Agrária (INCRA) e o Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (INPE).

Cada estação opera de maneira contínua e totalmente automatizada. As observações são organizadas ainda na memória do receptor, em arquivos diários, correspondendo a sessões que iniciam às 00h01 e encerram às 24h00, Tempo Universal Coordenado, com intervalo de rastreio de 15 segundos, registrando todas as observáveis rastreadas das constelações: GPS, GLONASS, GALILEO, Beidou e SBAS.

As coordenadas das estações da RBMC são componentes importantes na composição dos resultados dos levantamentos topográficos e/ou geodésicos a elas referenciados. A grande vantagem da RBMC é que todas as suas estações fazem parte da Rede de Referência SIRGAS (Sistema de Referência Geocêntrico para as Américas), cujas coordenadas finais têm precisão da ordem de ± 5 mm, configurando-se como uma das redes mais precisas do mundo.

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