Caminhar e dirigir pelas ruas do bairro Monte Castelo, em Campo Grande, é simples. Com o trânsito calmo e baixo número de veículos fora dos horários de ‘pico', é difícil imaginar que acidentes ocorram pelas vias da região, em exceção a um cruzamento específico, onde a falta de sinalização transforma a parada obrigatória em um golpe de sorte.

Após presenciar diversos acidentes no cruzamento entre as ruas Leandro Salina da Silva e Javali, um comerciante decidiu, por conta própria, instalar uma placa de ‘Pare' no intuito de reduzir o perigo e melhorar o tráfego no local. A iniciativa ajudou, mas não foi o suficiente.

Enedina Moreti Rodrigues, de 50 anos, é proprietária de uma mercearia localizada no cruzamento das vias e esposa do responsável pela instalação da placa. Ela explica que, mesmo após a sinalização, os acidentes continuam, o último foi nesta terça-feira (30), quando um Ford Fiesta atingiu um Fiat Siena.

A comerciante explica não ter visto o acidente, “escutei apenas o barulho”, assim como em outros três ocorridos ao longo deste ano. “Depois dos acidentes, meu marido resolveu colocar uma placa de ‘Pare' aqui. Como dá pra ver, não tem em nenhuma das direções, agora ele quer colocar uma segunda no outro lado da rua”.

Motociclista realizando conversão no cruzamento com criança sem capacete na moto. (Foto: Marcos Ermínio/Midiamax)

Olhando ao redor, é fácil notar que Enedina não está errada, justo na via que dá acesso ao posto de saúde do bairro, a única placa existente foi instalada por seu marido. “Nós tivemos que colocar essas madeiras no entorno da mercearia para que nenhum carro atinja o muro. Meu marido até gosta de ficar sentado naquela árvore, eu disse pra tomar cuidado”.

As preocupações da esposa possuem fundamento, aliás, o tal local onde o marido gosta de sentar para descansar já foi atingindo duas vezes em diferentes acidentes. “Teve um que uma criança saiu com a boca sangrando, no de ontem (30) a mulher ficou presa nas ferragens”, comentou.

Observando o local por alguns minutos, é possível observar que a falta de sinalização prejudica, mas o transitar em alta velocidade, sem cinto de segurança ou transportar crianças sem capacetes em motocicletas, causa desconfiança em relação ao ‘bom senso' dos motoristas que se recusam a praticar a direção defensiva.

Bom senso dos motoristas também não ajuda no momento em que veículos transitam acima da velocidade da via. Além de outras irregularidades, como crianças sem capacetes ou adultos sem o cinto de segurança.

A reportagem acionou a assessoria de comunicação da (Agência Municipal de Transporte e Trânsito) sobre as reclamações dos moradores, como perspectiva sobre implementação de sinalização, mas não obteve resposta até a publicação desta matéria. O espaço segue aberto para manifestação.