Resultados de estudo sobre eficácia da BCG contra Covid conduzido em MS deve sair em janeiro

Amostras estão sendo enviadas para Austrália este mês. A pesquisa, feita em parceria com a Fiocruz, é financiada pela Fundação Bill & Melinda Gates.

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Foi grande a repercussão quando especialistas da Fiocruz, da Secretária Estadual de Saúde de MS e do MCRI (Instituto de Pesquisa Infantil Murdoch), da Austrália, anunciaram em julho de 2020 que começariam em Mato Grosso do Sul um estudo para avaliar se a vacina BCG (bacilo de Calmette-Guérin), que é utilizada contra tuberculose, pode ajudar na proteção contra a Covid-19. 

Agora, segundo o infectologista Julio Croda, pesquisador da Fiocurz e quem coordena o estudo no Brasil, as amostras já estão sendo enviadas para Austrália, país onde as análises vão acontecer. “Nós teremos os resultados em breve, provavelmente em janeiro” 

A vacina BCG é obrigatória no Brasil há décadas em recém-nascidos e disponibilizada pelo SUS (Sistema Único de Saúde). Em Campo Grande, a testagem aconteceu em 2 mil profissionais da saúde. Desde o lançamento do estudo, em março de 2020, 6.800 profissionais de saúde foram recrutados em 36 locais na Austrália, Brasil, Holanda, Espanha e Reino Unido. 

O estudo

A pesquisa explorará a resposta imune às vacinas específicas contra a doença em profissionais de saúde, para encontrar biomarcadores que indiquem se alguém estará protegido (ou permanece em risco de contrair Covid-19), se exposto a uma variante do Sars-CoV-2.  A pesquisa recebeu financiamento filantrópico da Fundação Bill & Melinda Gates.

Os pesquisadores vão apurar se os voluntários tiveram uma resposta de proteção contra o vírus, em comparação aqueles que não foram vacinados quando criança.

“Foram vistas em dois estudos grandes, que as crianças vacinadas com a BCG tinham menos infecções virais e bacterianas. Elas sustentam uma resposta celular inata importante que não é específica de um organismo, é uma reposta geral que apresenta proteção. No caso do Covid, uma doença grave, pensamos que como um tipo de vacina que gera uma resposta tão forte assim poderia ser útil, principalmente nos grupos de maiores riscos, como os profissionais de saúde, para evitar formas mais severas da doença, disse Julio Croda à época. 

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