O vendável que atingiu Campo Grande na sexta-feira (16) deixou um rastro de destruição na Capital Sul-mato-grossense. Para aqueles que residem em situação de vulnerabilidade o estrago causou danos mais severos, deixando alguns moradoress da Comunidade Esperança, na região do Jardim Noroeste, sem teto para se proteger da chuva.

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Moradia foi destelhada com o vendaval desta sexta-feira (15)  (Foto: Raziell Oliveira / Jornal Midiamax)

Para a dona de casa Natalia domingo Pereira, de 27 anos, a situação que já estava precária foi agravada com a chuva. “O aluguel estava atrasado e viemos morar com a minha mãe no barraco dela. Estava muito apertado, e decidimos construir o nosso”, disse ela.

Com a ventania, a esperança da família foi tragada por um mar de tristeza, enquanto tentava salvar o pouco que lhes restava. “Meu marido emprestou R$ 4 mil para construir o barraco. Já estava com a nossa cama, fogão e outras coisas. Fiquei desesperada, estava chorando e tentando segurar o resto das telhas”, desabafou.

Com a casa destelhada pela chuva, Natalia clama por amparo enquanto cuida dos quatro filhos. “Preciso de ajuda, não tenho mais de onde tirar dinheiro. Preciso de telhas”, exclamou.

‘Clamei por deus’

A situação calamitosa é recorrente para vários moradores da favela. Para a moradora Maria Olga Vieira, de 65 anos, a chuva trouxe momentos de desespero e que dificilmente sairão da sua memória. “Estava derramando água pelo teto, joguei uma cortina de plástico em cima da cama e cobri televisão com lona”, disse ela.

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Telhado já havia sido remendado com sacola (Foto: Raziel Oliveira / Jornal Midiamax)

Enquanto os ventos assolavam a comunidade, Maria se apegou a fé e clamou por ajuda divina. “Moro aqui há 8 anos, não tinha visto uma chuva assim. Meu barraco estava estralando e as telhas quebraram. Abri minha bíblia em Matheus 8, na parte que fala sobre tempestade e clamei por deus”, explicou.

Depois da ventania, Maria foi colocado em um difícil posição de escolha. “Perdi arroz e feijão, molharam. Se você arrumar a casa fica sem comer. Se comer não arruma a casa, não estamos pedindo por luxo”, disse Maria.

A dona de casa Gleicy Garcia, de 27 anos, viu o seu motivo de desespero se tornar um temor coletivo, vivido por grande parte da comunidade.  “As telhas não aguentam mais, estão trincando. As pessoas estão fazendo gambiarras para se proteger da próxima ventania. Ninguém aqui dorme em paz no dias de chuva”, finalizou.

Para doar telhas, madeiras, alimentos e outros materiais de construção para os moradores da Comunidade Esperança, entre em contato com Gleicy pelo telefone: (67) 98176-2443.