Chuva leva até ruas na Vila Aimore e isola moradores em Campo Grande
Moradores do bairro de Campo Grande ficam impedidos de se locomover para fora de casa e enfrentam verdadeiras enxurradas em dias de chuva.
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Começo de 2021 está marcado pelo tempo chuvoso, mas na Vila Aimore a água marca a vida de outra forma. Moradores do bairro da região sul de Campo Grande ficam impedidos de se locomover para fora de casa e enfrentam verdadeiras enxurradas em dias de chuva.
Moradora da região, a estagiária Thaynara Silva, 24 anos, lamenta que a situação do bairro afete de forma tão significativa a vida dela e dos vizinhos. Ao Jornal Midiamax, ela disse que nem lembra de quando o cenário da vila foi diferente. “Uber sempre cancela, carro sempre atola”, descreve os imprevistos que já viraram rotina em dias de chuva.
Crateras abertas, água escoando como se fosse um canteiro, entretanto é a rua Batista. Localizada na vila, ela tem início na avenida Guaicurus e é composta por apenas seis quadras. Apesar de parecer pequeno, os estragos que o local possui são enormes.
Thaynara explica que a tentativa de manutenção da rua fica por conta dos moradores. “Tudo que colocam para impedir a terra de descer, desce junto com a enxurrada”. Uma das pessoas que faz este trabalho é o pedreiro Gilberto Ferreira, de 35 anos.
Atualmente, ele tem duas casas em construção na rua. Assim, está com vários entulhos disponíveis, que acabam sendo utilizados para tentar conter a enxurrada na rua e diminuir os diversos buracos que existem. “Os políticos falam que vão fazer alguma coisa, mas quando ganham acabou”.
Situação recorrente
O pedreiro mora no bairro desde os cinco anos e todas as memórias que possui do local são da mesma situação. No total, Gilberto disse que já jogou 14 caçambas de entulho para tentar impedir a enxurrada. “Esses dias até o caminhão de lixo atolou”.
Se até mesmo um caminhão foi capaz de atolar, imagine um carro de passeio. Muitas vezes a rua fica intransitável e os moradores deixam os carros na esquina com a avenida, já que não conseguem chegar na própria casa. Este é o caso de Eunice Pauline, 36 anos. “Quando chove, corre água e leva tudo, tenho que deixar o carro na esquina”. O veículo dela fica na garagem apenas quando tem entulho na rua, para garantir a passagem.
Além destas dificuldades, Eunice destaca que ela e outros moradores ainda podem sair andando na rua entre um buraco e outro. Com um filho cadeirante, ela lamenta a falta de mobilidade do bairro. “É muito difícil, tenho um filho cadeirante, a gente tem dois pés e ele que não tem”.
Passando pela rua, Diomar tereza, 58 anos, moradora da região disse que a realidade de se abrigar em casa até a chuva passar é de toda a vila. “Desce a enxurrada, vem tudo, coisa é feia aqui. Não só essa, como as outras ruas são iguais”.
A Prefeitura de Campo Grande destacou que em janeiro choveu 387 milímetros na cidade. Assim, informou que “impacto deste volume recorde de precipitação sobre o sistema viário aumentaram na mesma proporção. A Sisep vai recuperar os pontos críticos na medida que as condições climáticas permitirem. Com o solo úmido, fica inviável iniciar estes serviços”.
Alterada às 18h49 de 04/02/2021 para acréscimo de nota da gestão municipal.
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