Após morte de indígena e bebê em MS, marido vai à Justiça e pede meio milhão em indenização

Mulher e bebê faleceram após entrada no Hospital Regional de Aquidauana

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Elciney com atestado de óbito da esposa e do filho
Elciney com atestado de óbito da esposa e do filho

Elciney Paiz Flôres, indígena terena da aldeia Ipegue, em Aquidauana, município a 141 quilômetros de Campo Grande, perdeu a esposa e o filho em março deste ano, no Hospital Regional de Aquidauana. Nesta terça-feira (9), Elciney acionou a Justiça com uma ação de reparação de danos no valor de R$ 500 mil, alegando erro médico e negligência no caso.

As mortes de Ruthe Luiz Mendes, de 38 anos, e seu bebê, Raviel Luiz Paiz Flôres, deram-se em uma situação considerada trágica pela família, formada pelo casal e outros quatro filhos.

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Elciney e Ruthe eram mais de outros quatro filhos. Foto: Reprodução/RedesSociais

Ruthe estava gestante de 29 semanas quando teve um sangramento e foi levada ao Hospital Regional de Aquidauana, em 12 de março de 2021. Devido ao seu estado de saúde, foi solicitada a transferência para Campo Grande.

A paciente precisava passar por um exame de ultrassonografia, no entanto a unidade estava sem nenhum profissional capacitado para realizar o exame. Somente na manhã seguinte, após coágulos de sangue começarem a sair de Ruthe durante a madrugada, é que foi realizado o primeiro ultrassom, que identificou descolamento de útero e o óbito fetal.

Por conta disso, Ruthe precisou passar por uma cesárea de urgência para retirada do feto. Após a cesárea, a mulher foi encaminhada para UTI (Unidade de Terapia Intensiva). Horas depois, Elciney recebeu a notícia de que sua esposa havia falecido.

Os advogados do indígena alegam que se o ultrassom tivesse sido realizado no momento em que foi solicitado pelos médicos, as vidas de Ruthe e Raviel poderiam ter sido salvas. Eles afirmam que “houve erro médico, negligência e imperícia do corpo médico responsável”. Além disso, pontuam que a notícia do falecimento de Ruthe foi repassada horas depois do ocorrido para os familiares.

Na época do ocorrido, Elciney informou ao Jornal Midiamax que a esposa era ativista pela causas indígenas e formada em pedagogia. “Ruthe não era indigente. Ruthe tem filhos, Ruthe tem família, Ruthe tem amigos, Ruthe tem Deus no seu coração, ela nos importa muito”, disse Elciney.

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