Guilherme Goularte é um advogado campo-grandense e idealizador do projeto ‘Doa CG', que surgiu há três anos, após frustrações com um amigo de de utilizava as ações sociais para tentar construir uma carreira política. Além da motivação pouco comum, Goularte também passou a trabalhar de uma nova forma, com o objetivo de evitar desperdícios e golpes, uma espécie de ‘doação a partir da demanda'.

As ações do projeto ‘Doa CG' ocorrem a cada semana, somente após o pedido das famílias assistidas. Porém, antes de falar sobre a forma como as doações acontecem, vale explicar o motivo que fez com que o estudante de direito passasse a se preocupar e auxiliar as famílias vulneráveis da Capital.

“Eu comecei a trabalhar com projetos sociais na faculdade, com um amigo, no começo era legal, nós atendemos diversas famílias, mas depois eu passei a perceber que as pretensões dele eram outras”, disse Goularte.

Guilherme explica que seu amigo visava construir uma carreira política e então usou o – já extinto – projeto como trampolim. “Isso me deixou desanimado e então larguei o projeto, mas alguns amigos e familiares começaram a perguntar sobre as doações, foi quando pensei ‘quer saber, vou meter a cara e criar um projeto meu'”.

Assim, em 2019, surgiu o ‘Doa CG', que atende famílias de todas as regiões de Campo Grande, principalmente com alimentos. Pensando em ajudar evitando o desperdício, ele mudou a forma de organizar as doações e passou a esperar pela demanda daqueles que precisam.

O fundador explica que o projeto funciona da seguinte forma: primeiro, seja por celular ou não, é recebida a demanda de famílias que necessitam de alimentos, com isso, é organizada uma logística de entrega e produção de cestas, após isso os produtos são solicitados aos colaborados e voluntários, recebidos, organizados e enfim entregues.

“Antes disso é feita uma triagem porque infelizmente ainda ocorrem fraudes, então, damos preferência a mães solteiras, pessoas com alguma doença, que ficaram desempregadas recentemente”, explicou Guilherme. Com a necessidade de alguns dias para realizar toda a logística, as entregas são realizadas sempre aos sábados e domingos.

“Claro que existem exceções, como uma mulher que estava sem comer há dois dias, pegamos os alimentos e levamos na hora, mas na maioria das vezes fazemos as entregas nos finais de semana”, comenta o fundador. Com cerca de 40 voluntários, a principal barreira encontrada é na busca por doações, apesar de já possuir uma grande rede de doadores, Guilherme comenta que a ajuda sempre é bem-vinda.

Nós trabalhamos com alimentos, pois não temos espaço para guardar roupas. “As doações ficam na minha casa até o dia da doação, mas como a demanda é grande nunca passa de uma semana”, disse. Interessados em ajudar podem entrar em contato através dos números 99209-9444 e 99105-7716, utilizados para receber doações e também atender os necessitados.