Vítimas de incêndios no Pantanal, animais passam por reabilitação de até 4 meses em Campo Grande

Desde o início do ano, mais de 2,9 milhões de hectares do Pantanal foram consumidas pelo fogo. Como consequência, a fauna e flora da região têm sofrido severas baixas. Muitos dos animais que sofreram nas queimadas são encaminhados para Campo Grande e atualmente, cerca de 17 animais vítimas dessa crise estão no CRAS (Centro de […]

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Desde o início do ano, mais de 2,9 milhões de hectares do Pantanal foram consumidas pelo fogo. Como consequência, a fauna e flora da região têm sofrido severas baixas. Muitos dos animais que sofreram nas queimadas são encaminhados para Campo Grande e atualmente, cerca de 17 animais vítimas dessa crise estão no CRAS (Centro de Reabilitação de Animais Silvestres), onde recebem tratamento hospitalar e preparação para retornar ao seu bioma.

De acordo com o médico veterinário e responsável técnico pelo Cras, Lucas Cazafi, de 37 anos, a maioria dos animais chega a unidade com queimaduras de 1º grau e desidratação. Todo atendimento depende da gravidade e necessidade da cada espécie. “Em suma, são realizados exames de raio-x, hemogramas, fluidoterapia, aplicação de analgésicos para dor e anti-inflamatórios”, explicou.

Segundo o especialista, em média, o tempo de recuperação desses animais pode variar de 3 horas a 4 meses. Lucas que estava realizando salvamento no Parque Estadual das Nascentes do Rio Taquari, entre Costa Rica e Alcinópolis, detalha que tudo depende da reação do animal ao tratamento que recebe. “Na nossa unidade móvel atendemos um Tamanduá Mirim, depois de três horas, ela já demonstrou instinto de defesa e realizamos a soltura”, contextualizou.

Vítimas de incêndios no Pantanal, animais passam por reabilitação de até 4 meses em Campo Grande
Implantes produzidos com impressora 3D (Foto: Leonardo de França / Midiamax)

Para ele, o prognóstico de recuperação é favorável, se os animais sobreviverem aos ferimentos, a taxa de retorno à natureza pode ficar em torno de 70%.

Na unidade, nesta terça-feira (22), por motivos de biossegurança, somente o Gavião-asa-de-telha estava acessível para as lentes da reportagem. “Os outros animais estão na maternidade, por motivos de segurança o acesso é restrito, devido ao risco de levar bactérias para o local”.

O local é utilizado para que os animais tenham o menor contato possível com o ambiente que não seja o silvestre e não se contaminem.

Dos animais resgatados do Pantanal: preá, anta, Jandaia (pássaro), veado, curiango, macaco-Prego, tatu, gato-mourisco e um cateto morreram em Campo Grande por complicações clínicas. Já o Gavião-asa-de-telha, dois filhotes de cateto, um filhote de coruja, dois filhotes de arara, tamanduá mirim e um veado jovem seguem em tratamento.

Obras e Reconhecimento Internacional

Conforme explicado pelo especialista, o Cras é referência internacional em Implantes de bico e implantação de prótese 3D, substituindo a perna de psitacídeos mutilados por peças de plástico. No Brasil, a unidade é pioneira nesse tipo de implante.

Hoje, o centro está em ampliação, com a construção de um novo hospital veterinário, a unidade, contará com centro cirúrgico, raio-x, ultrassom e todo aparelhamento que um hospital convencional apresenta, especializado para animais.

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