Pandemia do coronavírus fechou escolas e impôs ensino à distância para crianças e pais em MS
Há cerca de um mês, a rotina escolar de estudantes em MS era a mais tradicional possível. Acordar cedo, tomar café, ir para a escola. E retornar dela. A pandemia do novo coronavírus, porém, mudou significativamente essa dinâmica, quando obrigou autoridades a suspenderem as aulas presenciais – o que será mantido até maio, pelo menos. […]
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Há cerca de um mês, a rotina escolar de estudantes em MS era a mais tradicional possível. Acordar cedo, tomar café, ir para a escola. E retornar dela. A pandemia do novo coronavírus, porém, mudou significativamente essa dinâmica, quando obrigou autoridades a suspenderem as aulas presenciais – o que será mantido até maio, pelo menos.
Durante a quarentena, a psicóloga clínica Ana Luiz Ribeiro, de 29 anos, divide a manhã entre atendimento de pacientes pela internet e orientação das atividades escolares do filho Eduardo, de 6 anos.
“É desafiador, porque eles pedem muita atenção. Meu filho já sabe ler, mas ele tem dúvidas de compreensão de texto, o que é normal. O que fizemos foi dividir o que seria a carga horária dele ao longo do dia, até para ele não ficar tão ocioso e ficar compatível com as minhas brechas, pois atendo pacientes o dia inteiro. É difícil fazer esse equilíbrio, mas a gente entende que é necessário”, pontua.
Na primeira semana de quarentena, houve uma correria por parte dos professores para garantir que o ano letivo não fosse perdido – até então, o MEC exigia ordinariamente 200 dias letivos para considerar a carga horária. A solução mais óbvia, logo, foi recorrer à tecnologia e preparar materiais didáticos on-line, que pudessem fazer com que, mesmo em casa, alunos seguissem estudando.
É onde mora o grande desafio da educação, já que 58% dos domicílios no Brasil não teriam acesso a computadores e outros 33% não têm internet, segundo pesquisa divulgada ano passado pelo CGI.br (Comitê Gestor da Internet no Brasil, apurada entre agosto e dezembro de 2018. Na prática, isso significa que entre as classes mais baixas, o acesso à tecnologia ainda é bastante restrito, assim como nas áreas rurais, nas quais até mesmo as escolas podem sofrer com acesso à internet.
À distância
Em boa parte das escolas particulares de MS, aulas em formato EAD (Ensino à Distância) seguem em funcionamento. Professores elaboram o material didático, enviam às famílias e realizam aulas virtuais.
A presidente do Sinepe-MS (Sindicato dos Estabelecimentos de Ensino de Mato Grosso do Sul), Maria da Glória Paim Barcellos, já havia posicionado sobre as atividades escolares durante a quarentena.
“A maioria das escolas estão cumprindo as orientações do Ministério da Educação e enviando as atividades online, não estão paradas. Apenas nesse momento as aulas presenciais estão suspensas”, pontuou. Segundo o Sinepe-MS, escolas que não realizarem aulas virtuais, podem antecipar férias ou criar uma forma de repor as aulas.
Rede pública
Na REE (Rede de Ensino Estadual), na qual aulas presenciais estão suspensas até 3 de maio, 352 unidades escolares em 79 municípios de MS passaram a adotar as ARV (Aulas Remotas Vinculantes) para que o calendário escolar não seja afetado. Tratam-se de aulas virtuais para mais de 210 mil alunos matriculados na REE (Rede Estadual de Ensino).
Para tanto, a SED incrementou a ferramenta Plataforma Protagonismo Digital (clique AQUI), lançada em 2017. Ela simula uma sala de aula on-line, na qual estudantes recebem conteúdos e orientações.
Outra alternativa adotada neste período foi a criação de sites e até mesmo portais para a distribuição de conteúdo para os estudantes. Para a manutenção do contato entre professores e alunos, as escolas também fizeram uso de grupos em aplicativos de mensagens, com a participação dos pais e da comunidade escolar em geral.
Já em Campo Grande, 108 mil estudantes da Reme (Rede Municipal de Ensino), sob comando da Semed (Secretaria Municipal de Ensino) receberam acesso, a partir desta terça-feira (7), a cadernos com atividades curriculares (clique AQUI) com atividades para os próximos 15 dias, voltadas a alunos do grupo 4 ao 9º ano. Alunos do berçário também recebem acesso aos “cadernos de experiências”. Quem está no EJA (Educação de Jovens e Adultos) também contará com material pedagógico.
Na Reme, vale destacar, as atividades precisam ser realizadas obrigatoriamente, com exceção de estudantes do berçário ao grupo 3. O acesso foi simplificado e, por meio do site, responsáveis poderão selecionar os cadernos – em formato PDF – correspondente ao estudantes. A Semed pontua que quem não quiser imprimir, pode responder as atividades em um caderno de uso pessoal ou utilizado pelo aluno em sala de aula.
E quem não tem internet?
A Semed pontuou que famílias sem acesso à internet poderão solicitar impressão diretamente na escola, conforme o cronograma de distribuição preparada por cada uma delas. A solicitação deve ser feita, primeiramente, por telefone.
“O professor será o responsável pela orientação e esclarecimento de dúvidas dos alunos pelo aplicativo WhatsApp ou outro canal disponibilizado pela escola, onde criará grupos que serão como salas de aula. Serão utilizados os telefones dos pais dos alunos de suas respectivas turmas”, detalha comunicação da SED.
Já a SED pontuou que, nestes casos, cada escola foi orientada a manter um funcionamento mínimo, com escala de plantão, para atendimento por telefone, e-mail ou pelo aplicativo, a fim de orientar famílias e estudantes quanto aos procedimentos.
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