A queda histórica de 9,7% do PIB (Produto Interno Bruto), registrada no segundo trimestre de 2020, e divulgada pelo (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística) nesta terça-feira (1°) trouxe a economia brasileira novamente para a recessão técnica, o que contabiliza dois encolhimentos consecutivos dos níveis de atividade do país.

O economista Sergio Bastos, de 53 anos, explica que a recessão aplicada ao Brasil não deve trazer impactos futuros para a economia sul-mato-grossense. “Esse retrato do segundo trimestre já foi, já passou. Ele não vai trazer efeitos para nós hoje, ele vai sim servir como parâmetro de como a economia se comportou”.

A produção de um novo PIB deverá ficar para o final do ano, mas refletirá, segundo o economista, justamente o período que estamos vivendo com a reabertura da economia, já que o terceiro trimestre do ano fechará no mês de setembro. A nova divulgação poderá trazer uma perspectiva diferente, uma vez que o país começou a ser movimentado novamente mesmo na .

“Ela [recessão] não traz um impacto futuro, ela nos ajuda a entender como foi o comportamento da economia naquele trimestre e detalhadamente os setores que mais sofreram, os setores que conseguiram passar com um impacto menor. Ou seja, dá para você estudar a economia conhecendo o impacto em cada nível de atividade”.

Para exemplificar, Sergio traça um detalhamento de como a pode ter sido fundamental para a queda registrada no período entre abril e junho deste ano, considerados vitais para a queda de economia. O novo momento não deve impactar na geração de empregos, tampouco criar expectativas negativas sobre as atividades do país.

“A recessão é uma fotografia do que aconteceu entre abril e junho na economia do país, que foi o período mais agudo da pandemia e dos efeitos sobre a economia, sobre as atividades econômicas, sobre as lojas, lojas fechadas, pessoas sem trabalho e renda, a indústria sem funcionar”, conta o economista.

como ‘carro chefe’

A agropecuária, segundo dados apresentados pelo IBGE, registrou índices de destaques em meio à pandemia, acumulando 0,4% positivamente nesse segundo trimestre. Na visão do economista, a atividade representativa do Estado acabou colaborando para que a economia não fosse severamente impactada.

“A matriz produtiva do Estado, aquela atividade econômica mais importante, mais dinâmica é o agronegócio. Como ele é voltado a exportação e a exportação não sofreu tanto quanto o mercado interno, a produção de foi escoada, as operações foram realizadas, o dinheiro dessas vendas foi recebido e esse dinheiro alimentou todo sistema financeiro aqui do Estado”, destaca Sergio Bastos.