Procura por apostas diminui e lotéricas viram ‘tira-dúvidas’ sobre auxílio emergencial
Casa Lotéricas de Campo Grande vivem uma nova realidade desde que a pandemia do novo coronavírus se instalou na cidade. Proibidos de funcionar num primeiro momento, os estabelecimentos voltaram a atender desde que seguissem critérios rigorosos para evitar aglomerações. A tarefa parece impossível, já que, mesmo com marcações sinalizando o distanciamento social necessário, há clie…
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Casa Lotéricas de Campo Grande vivem uma nova realidade desde que a pandemia do novo coronavírus se instalou na cidade. Proibidos de funcionar num primeiro momento, os estabelecimentos voltaram a atender desde que seguissem critérios rigorosos para evitar aglomerações.
A tarefa parece impossível, já que, mesmo com marcações sinalizando o distanciamento social necessário, há clientes que ainda se amontoam na fila. Mesmo assim, os relatos apontam para maior conscientização nesta semana.
Nesta quarta-feira (22), numa lotérica que fica na Rua 14 de Julho, no Centro de Campo Grande, o movimento se assemelha à normalidade, mas o espaçamento entre clientes já é claro. Lá, quem procura as lotéricas são basicamente pessoas que querem pagar contas.
“Também perguntam muito sobre o auxílio emergencial que o governo está disponibilizando. Muita gente não sabe mexer nos aplicativos, então nos procura para pedir informações”, relata Kelby Devicari, gerente da lotérica.
Segundo ela, a equipe foi reduzida e funcionários trabalham com luvas, máscaras e álcool em gel – o antisséptico também é disponibilizado a clientes. “Também aparecem uns idosos, mas normalmente é quem mora sozinho. Lotado, mesmo, só no dia 10, que foi dia de pagamento. A gente já esperava”, acrescenta.
Proprietário de outra lotérica, na Rua Rui Barbosa, também no Centro de Campo Grande, Diego Matsubara relatou que o movimento não diminuiu tanto assim. “Ficou dentro do esperado, mas a procura por aposta nas loterias diminuiu bastante, de 20% a 30%”, estima. Segundo ele, o período em que bancos e lotéricas fecharam as portas representou em prejuízo de 50% no lucro. “Também reduzi a equipe de 6 para 3 funcionários e a gente disponibiliza luva, máscara e álcool em gel”, detalha.
O porteiro Gelson Arcanjo, de 63, está no grupo de risco do novo coronavírus. Pelo decreto municipal, ele nem poderia ser atendido em Casas Lotéricas. “Mas vim sacar dinheiro, porque nenhum familiar pode vir. Estou com álcool em gel e máscara. Desde o dia 1º de abril fiquei em casa direto. Só sai hoje por não haver opção”, detalhou.
O auxiliar de operação Everton Neris, de 30 anos, também estava numa lotérica nesta manhã e procurou o estabelecimento para pagar contas. “Não gosta de pagar pelo aplicativo porque uma vez a conta voltou. Então, prefiro vir mais no fim do mês, para evitar aglomeração e para pegar menos movimento”, conclui.
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