‘Pode dizimar tribos’: Coronavírus chega às aldeias de MS e aglomeração é o maior risco
Após divulgarem carta em que anunciaram estar em estado de emergência, os conselhos tradicionais dos povos Guarani e Kaiowá afirmaram que temem por um massacre caso a Covid-19, o novo coronavírus, avance ainda mais nas aldeias em Mato Grosso do Sul. Até o momento, foram confirmados casos nas aldeias indígenas de Dourados, a 225 km […]
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Após divulgarem carta em que anunciaram estar em estado de emergência, os conselhos tradicionais dos povos Guarani e Kaiowá afirmaram que temem por um massacre caso a Covid-19, o novo coronavírus, avance ainda mais nas aldeias em Mato Grosso do Sul. Até o momento, foram confirmados casos nas aldeias indígenas de Dourados, a 225 km de Campo Grande e a cultura dos indígenas, de viver aglomerados, pode ser o maior desafio a ser enfrentado na batalha contra a disseminação do vírus.
O temor pela doença que tem tirado a vida de milhares de brasileiros nos últimos di, vem junto com a falta de estrutura sanitária e, inclusive, médica. Assim como noticiado pelo Jornal Midiamax na última segunda-feira (18), os caciques das aldeias de Aquidauana, a 135 km da Capital, bloquearam a sede do Dsei (Distrito Sanitário Especial Indígena) em Campo Grande após ficarem sem médicos.
De acordo com especialistas, se não houver uma ação rápida e precisa para orientar e auxiliar as aldeias diante da pandemia, o coronavírus poderá acabar com as tribos. A médica infectologista Priscilla Alexandrino comenta que a aglomeração continuará sendo o maior fator de risco de contaminação pela doença, mesmo dentro das comunidades.
“O risco de contaminação pelo coronavírus é mais por eles estarem aglomerados, por terem uma cultura diferente, isso pode até dizimar uma tribo. Então, no momento em que [a Covid-19] se alastrar para as comunidades indígenas, a gente tem muito medo de que isso possa expandir muito rápido e a pandemia possa ter uma disseminação importante”, comentou com a reportagem.
Muito se fala sobre a resistência e umidade dos povos e se esse fator não poderia deixá-los vulneráveis, mas conforme a especialista, ainda não é possível avaliar se isso será um fator de risco, pois os grupos mais intoleráveis com a doença são aqueles que já sabemos.
“A gente tem vendo que tem um grupo de risco específico. Ainda não sabemos se os indígenas poderão ser um grupo de risco, porque até então só temos aquelas pessoas com mais de 65 anos, gestante, com outras doenças, que vão continuar sendo grupo de risco mesmo dentro das aldeias indígenas”, explicou.
Vale lembrar que órgãos públicos já se mobilizam para arrecadar materiais de EPIs (Equipamentos de Proteção Individual) para distribuir nas aldeias. A DPU-MS (Defensoria Pública da União), junto com a DPE (Defensoria do Estado de Mato Grosso do Sul), MPT (Ministério Público do Trabalho) e o Corpo de Bombeiros, se uniram para conseguirem os insumos.
‘Genocídio nas reservas’
Na carta em que anunciaram situação de emergência, os indígenas pediram por atendimento médico especializado nas aldeias.
No documento os indígenas falam em genocídio nas reservas, caso não seja feito um fortalecimento da Secretaria Especial de Saúde indígena, com ambulâncias, leitos, alternativas de isolamentos possíveis para a comunidade, proteção aos trabalhadores em contatos familiares, EPI’s e vagas em cemitérios.
Os indígenas relataram ainda a necessidade de ajudas humanitárias de sobrevivência. Segundo eles, faltam alimentos, máscaras de três camadas de tecido de algodão, produtos de higiene para as comunidades, caixas d’aguas para armazenamento e sementes para o plantio nas roças.
“Recomendamos a toda comunidade Guarani e Kaiowá que fiquem em seus Tekohas (casas) , que toda a liderança tenha a responsabilidade do bloqueio sanitário de todos os acessos de entradas aos territórios indígenas para manter a saúde do Povo Guarani e Kaiowá, permitindo apenas a entrada de trabalhadores da Saúde e ajudas humanitárias”, orienta o documento.
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