Passageira diz que teve alergia e dores de cabeça após passar por túnel de desinfeccção em terminal

Os túneis de desinfecção instalados em cinco terminais de Campo Grande não chegaram a funcionar ‘oficialmente’, mas uma passageira enfrenta alergias na pele depois de passar pelo equipamento que estava em testes na última sexta-feira (15). A usuária do transporte conta que teve diversas reações, como alergias na pele, ardência, dores de cabeça e rouquidão.  […]

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Os túneis de desinfecção instalados em cinco terminais de Campo Grande não chegaram a funcionar ‘oficialmente’, mas uma passageira enfrenta alergias na pele depois de passar pelo equipamento que estava em testes na última sexta-feira (15). A usuária do transporte conta que teve diversas reações, como alergias na pele, ardência, dores de cabeça e rouquidão. 

A cuidadora de idosos Grace Oliveira, de 43 anos, conta que utilizou o transporte coletivo para trabalhar, como sempre. Entretanto, na volta ficou sem passe e teve que descer do ônibus para recarregar o cartão na cabine do Terminal Guaicurus. Sem prestar atenção, ela passou no túnel de desinfecção instalado no local e conta que sentiu o produto borrifado principalmente nos pés e no rosto. 

“Eu passei e aquele equipamento borrifou o produto em mim. Como o terminal estava em reforma, havia dois senhores ao lado do túnel, deduzi que fossem engenheiros, pelo jeito que estavam vestidos. Na hora pensei: ‘eles sabem o que estão fazendo’”, conta.

Grace explica que assim que sentiu o produto, passou a mão no rosto, o que pode ter espalhado ainda mais. “Aí vim embora para casa, tirei a roupa, tomei banho e comecei a sentir uma dor de cabeça forte. Quando deitei e fui passar a mão no rosto, estava áspera, parecia uma lixa. Eu não comi nem bebi nada diferente ou fora de casa, pensei que só poderia ser o produto”, relata.

Grace resolveu contar o que havia acontecido e começou a receber mensagens e links sobre um informe da Anvisa a respeito dos efeitos dos túneis de desinfecção à base de ozônio. “Eu quis avisar, imagine se uma pessoa idosa ou mais sensível passa por lá?”. Mesmo cinco dias depois, Grace ainda sente os efeitos do produto, como a alergia no rosto e a rouquidão.

A reportagem entrou em contato com a assessoria de comunicação da prefeitura, mas até o fechamento desta matéria, não havia se posicionado.

Túneis não devem funcionar nos terminais

Depois de anunciar a instalação de túneis de desinfecção para passageiros, os equipamentos não devem funcionar nos terminais de ônibus de Campo Grande. Os túneis já haviam sido instalados em cinco terminais. A Prefeitura explica que encomendou estudos para a Sesau (Secretaria Municipal de Saúde) e para a Vigilância Sanitária para ampliar as opiniões sobre a eficiência da câmara de desinfecção. O estudo deve ser finalizado nesta semana.

Os túneis de desinfecção utilizam ozônio, um método ainda controverso. A Anvisa (Agência Nacional de Vigilância Sanitária) emitiu uma nota alertando sobre os equipamentos. Após o alerta da Anvisa, a Prefeitura deve transferir os túneis dos terminais para hospitais, “onde os profissionais da Saúde estão com vestimentas apropriadas que protegem a pele”. A Prefeitura ressaltou que o produto da forma como estava sendo pulverizado não causa nenhum dano às pessoas.

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