Para saída de casa ou alívio após 45 dias de UTI, Ipê vira ponto turístico em Campo Grande

Campo Grande, conhecida por muitos como cidade dos Ipês, uma árvore de várias cores, que é vista de longe e facilmente encontrada pelas calçadas e parques da capital de Mato Grosso do Sul, um símbolo, que de tão belo pode ter se tornado ponto turístico. Não é difícil se deparar com um pé de Ipê […]

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Campo Grande, conhecida por muitos como cidade dos Ipês, uma árvore de várias cores, que é vista de longe e facilmente encontrada pelas calçadas e parques da capital de Mato Grosso do Sul, um símbolo, que de tão belo pode ter se tornado ponto turístico.

Não é difícil se deparar com um pé de Ipê ao andar por Campo Grande, mas existe um especifico, localizado na Rua Marquês de Lavradio, ao lado de um simples ponto de garapa com pastel, que se destaca na multidão dos ipês campo-grandenses.

Parando para imaginar, a cena pode até parecer comum, uma rua estreita, um pé de Ipê amarelo, algumas cadeiras de plástico e um ponto de garapa. Apesar disso, neste local tudo é diferente, as flores amarelas deixam o chão como uma passarela, o pé recheado se destaque dos outros ao seu redor e as pessoas que lá aparecem para tirar uma foto, deixam histórias e enriquecem aquilo que já é belo.

Elisangela Nunes, de 39 anos, é umas delas, ela venceu a luta contra a Covid-19 há 10 dias, após 60 dias internada, onde 45 foram em uma UTI (Unidade de Tratamento Intensivo), ela ainda sente dificuldades para conversar, andar e realizar movimentos complexos, mas fez questão de visitar a famosa arvore. Aliás este é o primeiro local turístico que ela foi após sair do hospital.

Para saída de casa ou alívio após 45 dias de UTI, Ipê vira ponto turístico em Campo Grande
Elisangela Nunes, que venceu a Covid-19 embaixo do pé de Ipê. (Foto: Henrique Arakaki)

Essa não é a primeira vez que Elisangela vai ao local, por ser moradora da região, todo ano a ‘fotinha’ embaixo da bela árvore amarela é garantida, mas dessa vez com um gosto especial. “Após passar por um momento desses a gente começa a enxergar as coisas com outros olhos, é outra visão que a gente tem”, disse.

Se pudesse resumir não somente a árvore, mas todo sentimento canalizado por ela, Elisangela diria algo simples e direto, “tudo é muito lindo”.

Antes mesmo de dar tchau para Elisangela e processar a grande história de superação que acabamos de ouvir, olhamos para o lado e lá estava mais uma ‘admiradora’ do Ipê. Viviane Doreto, de 46 anos, caminhava pela rua e decidiu parar e garantir mais uma selfie.

Mais uma, porque essa não é primeira vez que Viviane registra sua passagem pelo local, domingo ela já esteve naquela mesma rua, mas acompanhada de alguns familiares, todos com o mesmo intuito, garantir uma inda foto. Os laços entre Viviane e o Ipê são recentes, há dois anos ela faz uma, talvez duas, visitas anuais no local.

“Eu já morei em outra região, mas ainda aqui perto, e a primeira vez que eu vim foi no ano passado e já comecei a tirar foto. Agora como eu sei, eu já fico cuidando a época que elevai florir para aproveitar, eu até falo no meu Face que a árvore se tornou um ponto turístico da cidade, acho que não tem mais bonita do que essa”, disse Viviane.

Para saída de casa ou alívio após 45 dias de UTI, Ipê vira ponto turístico em Campo Grande
Viviane Doreto, embaixo do pé de Ipê falando sobre a beleza da árvore. (Foto: Henrique Arakaki)

Quem acaba se beneficiando com toda a situação é o Thomas Antônio, de 63 anos, também chamado de Toninho, que há 5 meses comanda um ponto de venda de garapa e pastel. Lá duas coisas são garantidas, as histórias e os clientes, na maioria das vezes as pessoas mais conversam do que compram.

“É o dia inteiro aqui (movimento de pessoas), principalmente final de semana, formam filas de carros, um ou outro vem e acaba tomando, ajuda, não vou falar que não, mas são poucos”, explicou Toninho em meio aos risos.

Entre as pessoas recebidas, que passam pelo local para admirar a beleza do Ipê amarelo, uma chamou a atenção de Thomas. Uma mulher que se auto intitulava como irmã da árvore, sem entender muito bem o vendedor de garapa tentou entender o porque da afirmação e ficou surpreendido com a cliente.

Entre goles de garapa, ela teria revelado a Thomas, que a mãe havia plantado o pé há trinta anos e hoje chama o conhecido pé, ou ponto turístico, de ‘meu filho’. Toninha não tem certeza se a história é realmente verdade, mas é possível perceber seu entusiasmo ao revelar a curiosidade.

Independe do motivo da visita, uma passada após uma caminhada, um reencontro com a beleza natural, ou uma visita a um familiar, poucas horas embaixo deste pé renderiam boas páginas de um livro, realmente não é exagero dizermos que Campo Grande ganhou mais uma rápido e lindo ponto turístico, transformando os próprios moradores em visitantes.

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