É o último dia do calendário de saques da primeira parcela do auxílio emergencial e a Caixa Econômica registra uma fila extensa nesta terça-feira (5). Nascidos em novembro e dezembro pode sacar os R$ 600 e a fila começou a se formar bem antes do sol nascer, por volta das 3 horas da madrugada.
O vendedor de amendoins Hélio da Silva chegou às 3h20 na Caixa da rua Marechal Rondon e garantiu o terceiro lugar na fila. Ele conta que era vendedor ambulante de amendoins, mas a renda caiu em 70% durante a pandemia.
“Tem um mês que o auxílio foi aprovado, mas não consigo acessar o código. Vim hoje porque é para quem faz aniversário em novembro e dezembro. Se você tem o direito, tem que correr atrás”, diz. Hélio afirma que precisa do dinheiro para pagar as contas, que estão em atraso.
Luzinethe dos Santos, de 51 anos, diz que sente uma angústia por não saber se vai receber ou não o auxílio. “É um pouco humilhante, você vem e não dá certo. Pedi dinheiro emprestado para chegar aqui, é um transtorno”, comenta.
Ela conta que chegou na fila às 4h e que não conseguiu acessar o código do app ‘Caixa Tem’. Luzinethe era diarista, mas ficou desempregada por causa do coronavírus. “Esse dinheiro é para comprar comida. Não cheguei a passar necessidade, mas não consigo comprar o que não é essencial, como uma bolacha por exemplo”. Ela veio equipada com sombrinha e água, já sabendo que a espera é grande.
O autônomo Roberto Santos, de 51 anos, opina que o governo deveria aperfeiçoar o aplicativo para evitar formação de filas e a exposição das pessoas ao coronavírus. Brasil é uma bagunça geral. Uma falta de organização, o governo teve tempo. É a primeira vez que venho, tentei pelo app faz quase 20 dias, mas não saiu nada”, lamenta.
