Mudança climática? Nos últimos anos, calorão e tempestades marcam outubro em MS

Anualmente, a segunda quinzena de outubro é marcada por chuvas intensas acompanhadas com raios, rajadas de vento e, algumas vezes, granizo. Mesmo com recordes de altas temperaturas em 2020, o Estado deve repetir os temporais nos próximos dias, alerta meteorologista. Em 2018, Campo Grande fechou o mês com chuvas de cerca de 140% acima da […]

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Anualmente, a segunda quinzena de outubro é marcada por chuvas intensas acompanhadas com raios, rajadas de vento e, algumas vezes, granizo. Mesmo com recordes de altas temperaturas em 2020, o Estado deve repetir os temporais nos próximos dias, alerta meteorologista.

Em 2018, Campo Grande fechou o mês com chuvas de cerca de 140% acima da média, segundo a Embrapa (Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária). Para se ter uma ideia, no dia 8 de outubro, em 5 horas choveu mais do que o esperado, deixando famílias ficaram desabrigadas, ruas da cidade alagadas e carros parcialmente submersos. O mês marcou por ser o mais chuvoso do ano.

Em compensação, no ano passado, outubro fechou com período seco, em consequência do atraso de chuvas entre junho e setembro, o que pode ocorrer em 2020, conforme a análise do Cemtec (Centro de Monitoramento do Tempo e Clima). Uma das chuvas significativas causou alagamentos e queda de 173 raios. 

De acordo com o meteorologista e mestre em ciência ambiental, Franco Vilela, o fenômeno acontece frequentemente quando a primavera faz a passagem do inverno seco e de temperaturas mais frias para um verão quente úmido.

“Dessa forma, na primavera o regime sazonal de exportação de umidade da região amazônica para SP não está bem, ou completamente, estabelecido e como o sol já está em ângulo mais elevado e a cada dia fornece radiação incrementada e também horas de sol a mais, os picos de calor tendem a ocorrer na primavera apesar da média mais alta de temperatura, geralmente, ser mais elevada no verão”, explica.

São durantes esses dias que são registradas as mais altas temperaturas que antecedem a chegada das frentes frias, como nesta quarta-feira (7), onde a chuva rápida veio com ventos acima de 49 km/h e granizo. A partir de então, as chuvas serão mais intensas e frequentes.

Ainda segundo o especialista, embora o calor continue com força, ainda tem expectativas da volta gradual do aumento na umidade relativa do ar, com ventos vindo do noroeste amazônico e do Oceano Atlântico. Também é esperada uma aproximação de frente fria na região sul do país e que deve passar por Mato Grosso do Sul.

“Chuva mais regular e mais generalizada é prevista a partir da próxima quinta-feira e sobretudo a partir da sexta-feira (9), quando o padrão de bloqueio atmosférico deve ser rompido e a umidade alcança também o centro e Sudeste do País”, finaliza.

O balanço hídrico do Inmet (Instituto Nacional de Meteorologia) aponta a tendência de chuvas próximas ao esperado, menos na região oeste de MS.

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