Mesmo com pandemia, famílias da favela Vitória agradecem doações antes do inverno
Entre notícias ruins e o aumento de casos de coronavírus, a favela da Vitória agradece as doações que recebeu na última semana. Com o inverno se aproximando, famílias que antes não tinham cobertores o suficiente, agora ajudam a separar doações para outras comunidades. Em 27 de maio, o Jornal Midiamax expôs a situação de extrema […]
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Entre notícias ruins e o aumento de casos de coronavírus, a favela da Vitória agradece as doações que recebeu na última semana. Com o inverno se aproximando, famílias que antes não tinham cobertores o suficiente, agora ajudam a separar doações para outras comunidades.
Em 27 de maio, o Jornal Midiamax expôs a situação de extrema precariedade em que a comunidade se encontrava. A líder da comunidade e também catadora de recicláveis Hellen Bueno, 38 anos, lembra que desde a reportagem a comunidade recebeu atenção como nunca havia visto antes.
“Desde o dia 27 a minha vida está abençoada e de toda a comunidade, muita gente está vindo fazer ação comunitária com a gente”. De acordo com a líder, as doações não param e “hoje, vão vir três pessoas fazer doações”.
Das 45 famílias da comunidade, todas receberam alimentos, roupas e móveis. De acordo com Hellen, “todas as famílias cadastradas ou não estão sendo assistidas”.
A líder comemora que “as doações estão tantas que estamos falando com outros líderes comunitários”. Ela e as famílias estão montando kits com as doações extra que receberam para repassar para outras comunidades, entre elas, as do Caiobá, Samambaia, Lagoa e Ramez Tebet.
Um inverno mais aquecido
Embora a preocupação com o coronavírus ainda ronde a comunidade, mães se animam com um inverno mais aquecido neste ano. Além dos cobertores, doações de alimentos aquecem os corações e panelas das mães que antes tinham medo de não alimentar os filhos.
Este era um dos pesadelos de Antônia Ferreira, 56 anos, mãe de uma criança de três anos. “Mudou tudo, graças a Deus agora estou comendo, não está faltando nada para meus filhos, nem para mim”. A mãe lembra que recebeu doações de roupas, calçados e cobertas.
“Me sinto bem, me sinto feliz. Antes não tínhamos nada, ninguém olhava para gente, estou me sentindo realizada”, agradece Antônia, que ainda vive em um barraco improvisado. Com nove filhos, Ana Cláudia, 36 anos, admitiu que fica mais tranquila ao saber que o filho não precisa mais dormir no chão úmido.
“Consegui um beliche e colchão, agora o [filho] de dez anos não dorme mais no chão. Estamos muito bem de alimentação, bem melhor para quem dormia nas friagens e no chão”. A dona de casa garante que as mudanças não seriam tão rápidas se dependessem da renda da família, que não é o suficiente para suprir as necessidades básicas.
Doações
Enquanto a equipe do Jornal Midiamax visitava a comunidade Vitória e conversava com as mães entrevistadas anteriormente, três lotes de doações chegaram. Como a líder comunitária ressaltou, alimentos, roupas e calçados não param de chegar e são suficientes para ajudar até mesmo outras comunidades.
Uma das pessoas que realizava as entregas de doações era Caroline Figueiró, 42 anos, fundadora da Evolui Rede Sistêmica. “Nossa intenção não é só dar o alimento para o corpo, mas principalmente o alimento da alma”.
Para ela, o Evolui é uma forma de “contribuir nessa existência, a serviço da vida, para evolução da humanidade”. A comunidade possui uma lista de necessidades que ainda precisam ser supridas, que fica ao controle de Hellem.
Com informações desta lista, Caroline ressalta que montou kits personalizados para cada família da comunidade. “A matéria nos tocou, trouxemos doações personalizadas, com quantidades certas para cada família”.
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